O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Vicente Andreu, visita nesta quinta-feira (21) a Unidade Demonstrativa do Programa Água Doce localizada no município de São José do Seridó, no Rio Grande do Norte, na comunidade de Caatinga Grande.
A UD beneficia 400 pessoas com água para consumo humano por meio do sistema de dessalinização e do sistema de produção formado pela criação de tilápias e produção de erva-sal (Atriplex), com gestão integrada e participativa.
Garantir água com qualidade para as populações difusas não é uma tarefa fácil, uma vez que a instalação de dessalinizadores, que separam a água salobra da água doce por meio do sistema de osmose inversa, necessita atender a determinadas condições técnicas.
Quando estas condições são favoráveis, o Programa Água Doce orienta a instalação dos equipamentos de acordo com a metodologia desenvolvida junto à Embrapa Semi-Árido, armazenando o concentrado resultante do processo de dessalinização em tanques de contenção e utilizando-os para produção de tilápias rosa e na irrigação da erva-sal.
Com isto, o Programa Água Doce está contribuindo com a preservação do meio ambiente, evitando que a água salgada seja despejada no solo causando erosão ou que a água volte a contaminar novos lençóis de água subterrânea, tornando-a inutilizada.
"O Programa Água Doce vem se tornando uma referência para as políticas públicas de acesso à água, comprovando ser possível garantir água de qualidade para o consumo às populações difusas que vivem no semi-árido a um custo relativamente baixo, associando fatores econômicos, sociais e ambientais", afirma Andreu.
A implantação da Unidade Demonstrativa de Caatinga Grande foi construída em 2007 com investimentos da Fundação Banco do Brasil de R$ 100 mil. O sistema vem garantindo 10 litros de água por dia para consumo de cada membro da comunidade ao custo de R$ 2 ao mês.
A produção de tilápias chegou a 1.500 quilos no ano de 2007 e a de erva-sal a 10 toneladas/ano. Com a venda destes produtos é formado um fundo para compra de equipamentos, pagamentos e melhoria da renda da população.
Hoje existem dois mil dessalinizadores na região do semi-árido, dos quais estima-se que apenas 50% estejam em funcionamento. O Programa Água Doce já recuperou 48 sistemas, aplicando a metodologia desenvolvida.
Para a escolha das localidades a serem atendidas são considerados os menores Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os menores índices pluviométricos, ausência ou escassez de fontes de abastecimento de água potável e o maior índice de mortalidade infantil. Os critérios técnicos específicos para avaliar a implantação de sistemas produtivos sustentáveis em cada localidade são feitos com base no método Novo Rural e no Índice de Sustentabilidade Ambiental (ISA-Água).
Fonte: SRHU
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