Grace Perpetuo
A secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Maria Cecília Wey de Brito, abriu nesta quinta-feira (31), no Hotel Grand Bittar, em Brasília, uma reunião com as representações de todas as Reservas da Biosfera (RBs) brasileiras. O encontro - que contou também com a presença de representantes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) - foi promovido pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF) com o intuito de estreitar relações, trocar experiências e informações e avançar em um trabalho cada vez mais conjunto. "A idéia é convergir nossas ações ministeriais com as das reservas", disse a secretária. "Queremos construir uma agenda comum", reiterou.
O encontro foi oportunidade também para levar adiante alterações no decreto de 1999 que rege o Comitê Brasileiro do Programa "O Homem e a Biosfera" (Cobramab). Vinculado ao MMA, o Cobramab planeja, coordena e supervisiona no País as atividades relacionadas ao programa Man and Biosphere, da Unesco. É este programa o que confere o status de Reserva da Biosfera a áreas de importância mundial para a conservação da biodiversidade e a promoção do desenvolvimento sustentável.
De acordo com Maria Cecília, a reunião servirá também para debater a aproximação de outros departamentos, programas e projetos do MMA a ações ligadas às RBs. "Historicamente, a SBF lidera esse trabalho, mas temos a expectativa de trazê-lo para as secretarias de Mudanças Climáticas e de Extrativismo e de Desenvolvimento Rural Sustentável - e, eventualmente, para todo o ministério, de forma mais ampla", explica.
Biomas - Hoje, são sete as Reservas da Biosfera brasileiras, todas de grandes dimensões e coincidentes com os biomas nacionais (com exceção do Pampa): a RB Amazônia Central; a RB do Pantanal; a RB Cinturão Verde de São Paulo; a RB do Cerrado; a RB da Mata Atlântica; a RB da Caatinga; e a RB da Serra do Espinhaço.
Em linhas gerais, a missão essencial de uma Reserva da Biosfera é contribuir para a relação harmônica entre o homem e o meio ambiente em grandes territórios específicos e de imensa riqueza natural - conservando sua biodiversidade, paisagem e recursos hídricos; valorizando sua sociodiversidade e seu patrimônio cultural; fomentando ali o desenvolvimento econômico sustentável sob os aspectos social, cultural e ambiental; e apoiando projetos demonstrativos, a produção e a difusão de conhecimento, a educação ambiental e a capacitação, a pesquisa científica e o monitoramento nos campos da conservação e do desenvolvimento sustentável.
No Brasil, as RBs são administradas por meio de sistemas de gestão descentralizados e participativos, em conselhos nacionais, colegiados regionais e comitês estaduais compostos de forma paritária por órgãos governamentais (federais, estaduais e municipais) e instituições da sociedade civil (ONGs, universidades, comunidades tradicionais e setor empresarial). O modelo foi desenvolvido inicialmente pela RB da Mata Atlântica.
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