O Plano Nacional sobre Mudanças do Clima, em elaboração pelo governo federal, começa a receber contribuições setoriais este mês. Nesta quinta-feira (10), a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Suzana Kahn, participou de encontro com representantes da indústria de transformação e construção, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
O evento foi promovido pelo Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, que participa do Grupo Executivo encarregado da elaboração do Plano, coordenado pelo MMA e composto por outros seis ministérios e pela Casa Civil.
Serão realizadas, ainda, reuniões com o setor financeiro e com as empresas que trabalham com desenvolvimento e comércio de projetos de carbono, com os movimentos sociais e ongs, governos municipais e parlamentares, entre outros, todos promovidos pelo Fórum.
Já o MMA realiza, até o final deste mês, encontros específicos com cinco ministérios responsáveis por setores inseridos no plano: Agricultura, Minas e Energia, Cidades, Transportes e Desenvolvimento, Indústria e Comércio. "A idéia é avançar rapidamente nas discussões", afirma Suzana.
Durante a reunião na CNI, a secretária apresentou a estrutura do plano e algumas ações já em andamento pelo governo. "A idéia é que o documento traduza o que o Brasil já esta fazendo e detecte as ações necessárias para o futuro. Não queremos esperar para fazer o ideal e sim fazer o possível neste momento", destacou. A expectativa é que o plano fique pronto em setembro.
Suzana acrescentou que hoje a indústria não é a maior emissora de gases de efeito estufa no Brasil (o desmatamento representa hoje 75% das emissões nacionais), ao contrário do que ocorre no resto do mundo. Mas alertou que isso pode acontecer no futuro se não houver cuidado. "Precisamos da parceria do setor", destacou.
O presidente do Fórum, Luiz Carlos Pinguelli, sugeriu que as indústrias reflitam sobre o que podem fazer para reduzir suas emissões nos processos produtivos e também nos produtos que comercializam.
O diretor-executivo da CNI, José Augusto Fernandes, disse que a responsabilidade comum porém diferenciada, condição que beneficia o Brasil no cenário internacional, não significa "inação" para a indústria. Ele destacou que o setor está trabalhando para se capacitar para o debate, melhorar sua política ambiental doméstica e auxiliar nos debates globais.
O Plano deverá ser estruturado com base em quatro eixos: mitigação, vulnerabilidade, impacto e adaptação; pesquisa e desenvolvimento; e capacitação e divulgação.
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