Grace Perpetuo
Como parte da programação da III Conferência Nacional do Meio Ambiente, a ministra Marina Silva recebeu nesta sexta-feira (9) um grupo de 54 observadores internacionais para um encontro informal no Hotel Grand Bittar, em Brasília. Os observadores participam da conferência para levar a seus países - além de avanços sobre os temas ambientais em debate - algo da experiência brasileira na condução desse que está sendo considerado, por muitos, um exemplo único de processo de gestão democrática e participativa.
O Ministério do Meio Ambiente foi representado no evento também pelo secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Hamilton Pereira; pelo diretor do Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental, Pedro Ivo Batista; pelo secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Egon Krakhecke; e pelo assessor de Assuntos Internacionais, Fernando Lyrio.
Ao agradecer a presença dos delegados internacionais representantes da academia, dos governos e da sociedade civil de diversos países - na III CNMA, a ministra reiterou a importância do rápido encontro, ainda que informal. "Ter esse espaço de interação, poder falar um pouco da política ambiental do Brasil, é algo que nos apraz muito - porque é a oportunidade de iniciarmos conversas que poderão ser desdobradas depois, em interações futuras de nossa relação bilateral", disse.
Marina Silva lembrou a enorme responsabilidade ambiental do Brasil na América Latina e no mundo. "Somos responsáveis por 11% da água doce disponível no mundo e 20% das espécies vivas do Planeta; temos a maior floresta tropical do mundo e a maior diversidade cultural, sem sombra de dúvida: no Brasil ainda temos 220 povos que falam mais de 200 línguas, e esses conhecimentos tradicionais associados aos recursos naturais se constituem em uma grande riqueza para nós."
A ministra explicou aos convidados internacionais as quatro diretrizes da política ambiental brasileira: controle e participação social, que dizem respeito à própria CNMA ("os governos não podem ignorar a sociedade nos processos de tomada de decisão"); o desenvolvimento sustentável ("para países em desenvolvimento e países desenvolvidos, não há como enfrentar a necessidade de proteger os recursos naturais sem compreender as equações 'desenvolvimento com proteção ambiental' e 'proteção ambiental com desenvolvimento'"); fortalecimento do Sistema Nacional de Meio Ambiente ("nossa legislação ambiental talvez esteja entre as melhores do mundo, todavia há um baixo índice de implementação"); e transversalidade.
Marina Silva falou também sobre mudanças climáticas e biodiversidade; sobre as muitas ações do ministério no combate ao desmatamento; sobre a criação de Unidades de Conservação e a homologação de terras indígenas pelo governo brasileiro; e sobre os planos de realização da Conferência Internacional Infanto-Juvenil do Meio Ambiente, em 2010. Por fim, respondeu a perguntas dos delegados.
Entre os convidados internacionais presentes ao encontro estavam a secretária nacional de meio ambiente da Argentina, Romina Picolotti, e a diretora de Cooperação Internacional da Central dos Trabalhadores (CTA) daquele país, Norma Díaz; a coordenadora do programa Gênero, Identidade e Trabalho da Fundación Sólon/Movimiento Boliviano em Defensa del Agua, Elizabeth Peredo, da Bolívia; o diretor do Centro de Estudos sobre Brasil da Universidade de Québec, em Montreal, Gaetan Trembley, do Canadá; o senador Guido Girardi, do Chile; o senador Jean Desessard, do Partido Verde da França; a diretora do Centro de Desenvolvimento Local e Comunitário do Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Cuba, Ada Guzón; e o secretário-nacional da Campanha Global contra Mudanças Climáticas do Reino Unido, Jonathan Neale.
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