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Brasil troca uso de agrotóxico por vapor d'água

Publicado: Segunda, 10 Dezembro 2007 22:00 Última modificação: Segunda, 10 Dezembro 2007 22:00
Suelene Gusmão

O Brasil está anunciando a completa eliminação do brometo de metila da agricultura, que teve seu uso proibido no País a partir de janeiro deste ano. O uso do produto, considerado nocivo ao meio ambiente (por destruir a camada de ozônio) e aos trabalhadores rurais, foi substituído pela alta temperatura na esterilização da terra, principalmente no cultivo de flores e plantas ornamentais. A alta temperatura é comprovadamente eficiente em eliminar os organismos indesejáveis da terra a ser cultivada. Com isso, o Brasil antecipa em oito anos o compromisso com as metas do Protocolo de Montreal de acabar com a utilização da substância na agricultura até o ano 2015.
As caldeiras a vapor foram distribuídas às cooperativas de produtores de flores e plantas ornamentais no Brasil desde o final de 2006 e já beneficiou cerca de 200 deles. Ao todo foram doados 28 equipamentos a produtores de São Paulo e Pernambuco. A distribuição do equipamento faz parte do Programa Nacional de Eliminação do Brometo de Metila, do Ministério do Meio Ambiente, e é uma alternativa para a solução do problema usando tecnologia nacional. A distribuição das caldeiras a vapor faz parte da primeira fase do Programa. Cada equipamento doado, composto de uma caldeira e de um injetor de vapor, tem um custo médio de cerca de 50 mil dólares. Esse recurso é proveniente do Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal, que destinou ao Brasil US$ 2 milhões para eliminar este agrotóxico do cultivo de flores e plantas ornamentais e implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido). Além do equipamento, os produtores recebem assistência técnica e treinamentos realizados por agrônomos.
Na segunda fase do programa, cerca de mil coletores solares serão adquiridos pelo MMA para serem doados a associações de agricultores familiares também de regiões de São Paulo e Pernambuco. A tecnologia do equipamento foi desenvolvida pela pesquisadora da Embrapa, Raquel Ghini, e pode ser facilmente utilizada em propriedades rurais familiares. O Programa Nacional de Eliminação do Brometo de Metila termina em abril de 2008 e será responsável pela eliminação de aproximadamente 230 toneladas desta substância da atmosfera.
Segundo Ruy de Goes Barros, diretor do Departamento de Mudanças Climáticas, a utilização das altas temperaturas para esterilização do solo em lugar do brometo de metila é extremamente positiva do ponto de vista ambiental e social. A alternativa é economicamente viável, pois o custo da utilização dos dois equipamentos é compatível e os agricultores estão satisfeitos. Substituímos uma substância química que, além de destruir a camada de ozônio, é nociva à saúde dos
trabalhadores, pelo tratamento do solo por elevação de temperatura, explicou o diretor.



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