O Brasil pode firmar, nos próximos meses, parceria com o Mecanismo Global, órgão financeiro da Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação (UNCCD, sigla em inglês) para a implementação de um centro regional de capacitação de especialistas em captação de recursos financeiros.
A intenção foi manisfestada pelo secretário-executivo do Mecanismo Global da UNCCD, Christian Mersmann, ao secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Egon Krakhecke, durante a 8ª Conferência das Partes da UNCCD, a COP-8, que encerrou no dia 14 de setembro, em Madri, na Espanha.
Segundo Krakhecke, Mersmann virá ao Brasil em novembro e em sua visita deve ser detalhada essa proposta. Além dessa novidade, Krakhecke adianta que foi feita uma consulta ao secretário interino da Convenção sobre a possibilidade de o Brasil sediar a próxima COP em 2009. "A Índia também fez uma consulta, mas se a posição deles não prosperar nós poderemos vir a sediar esse evento", disse o secretário.
Ele afirmou ainda que se a Índia for definida como sede da próxima COP foi colocada como alternativa a possibilidade de o Brasil sediar, em 2010, a reunião do Comitê de Revisão da Implementação da UNCCD - CRIC.
No encontro de Madri, Krakhecke disse que foi possível perceber a liderança do Brasil no tema combate à desertificação e os efeitos da seca. Ele falou, no entanto, que é preciso que os países desenvolvidos mudem sua postura em relação ao problema. "Os países desenvolvidos não estão aportando o que deveriam aportar para tratar dessa problemática que é uma decorrência das mudanças climáticas", acredita o secretário.
Segundo ele, apesar de o encontro ter sido bastante representativo com a participação de 191 países e uma forte presença dos movimentos sociais, a UNCCD ainda não adquiriu o status de outras convenções como a de Mudanças Climáticas. "Esse é um problema que afeta mais de 2 milhões de pessoas em todo o planeta. A Noruega, por exemplo, contribui com 1% do seu produto interno bruto. Já os Estados Unidos investem nessa temática apenas 0,15% do PIB".
No encontro também foram feitas tratativas paralelas entre o Brasil e países africanos, do Mercosul e de língua portuguesa no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com vistas à cooperação bilateral e multilateral.
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