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Lula anuncia programas para beneficiar povos das florestas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, na abertura do 2º Encontro Nacional dos Povos das Florestas, uma série de programas que o Governo Federal vai desenvolver para beneficiar estas populações.
Publicado: Terça, 18 Setembro 2007 21:00 Última modificação: Terça, 18 Setembro 2007 21:00

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, na abertura do 2º Encontro Nacional dos Povos das Florestas, uma série de programas que o Governo Federal vai desenvolver para beneficiar estas populações. Entre eles, a primeira Pesquisa Nacional do Contingente dos Povos, que terá objetivo identificar os segmentos destas populações para que esse conhecimento possa ajudar na implementação de políticas públicas voltadas para estes setores.  O presidente anunciou ainda a criação, até 2010, de novas reservas extrativistas e de outras unidades de conservação.

 Em seu discurso, o presidente da República disse que uma das maiores lições que o Brasil está aprendendo é que é preciso unir a preservação da natureza com o desenvolvimento econômico. Em um recado às nações ricas, que hoje cobram dos países em desenvolvimento uma postura em relação ao meio ambiente, o presidente disse: " Não aceitaremos que mais uma vez seja jogada sobre os pobres a responsabilidade de pagar por algo que não fomos nós que cometemos", disse.

Depois de fazer uma homenagem a Chico Mendes, lembrando sua história de luta pela preservação da floresta e pela dignidade dos povos que nela habitam, Lula reafirmou que o Brasil já reduziu em 50% o desmatamento na Amazônia, e que não vai aceitar que os países ricos determinem ao Brasil como cuidar da Floresta Amazônica. "O mundo tem que entender que a Amazônia tem dono e que ela pertence ao Brasil", disse.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também homenageou  Chico Mendes, dizendo que nestes vinte anos de sua ausência muitas conquistas foram efetivadas e que o movimento iniciado pelo ambientalista resultou, por exemplo, na retiradas dos povos das florestas da invisibilidade. "Nestes 20 anos, foram muitas as conquistas que beneficiaram diretamente aos povos das florestas, com o estabelecimento de políticas públicas, que são conquistas de todo um País.", explicou a ministra. Segundo ela, no entanto,  ainda falta muito, como, por exemplo, a necessária demarcação das terras originalmente pertencente aos índios.

A ministra lembrou também que nos quatro anos e oito meses à frente do Ministério do Meio Ambiente, o Governo ousou fazer políticas públicas estruturantes. "Saímos da fase das políticas isoladas para a das políticas transversais". De acordo com a ministra, essas políticas transversais têm que se aprofundar para que o trabalho ora desenvolvido seja mais eficiente e eficaz. "É em nome deste esforço que estamos aqui, para reconhecer o trabalho do governo com a sociedade e da sociedade com o governo, que vem implementando políticas públicas com controle e participação social", disse.

Para demonstrar a valorização que a questão ambiental vem obtendo na definição das políticas de governo, Marina Silva lembrou ainda que nos últimos quatro anos, nada se discutiu no  Brasil sem que aparecesse o meio ambiente. "Vamos usar esse encontro como um mecanismo para ouvir e compreender. Quando as coisas são legítimas, corretas, não há quem as possa conter", disse.

A abertura do 2º Encontro dos Povos das Florestas foi realizada ontem (18) no Teatro Nacional Cláudio Santoro.  A saudação inicial foi feita pelo presidente da Coordenação das Nações Indígenas Brasileiras (Coiab),  Sateré  Awê, que lembrou a história de luta de Chico Mendes e a realização do 1º Encontro há 20 anos. O evento foi encerrado com um show de Milton Nascimento, acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional.


Ouça aqui o discurso da ministra Marina Silva

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