Está aberta a consulta pública sobre o conteúdo do primeiro Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF) - um dos instrumentos previstos na Lei de Gestão de Florestas Públicas para dar transparência à gestão do setor. Ele deve apresentar todas as atividades de gestão e conservação das florestas públicas para o próximo ano. No entanto, o PAOF deste ano, por ser o primeiro, terá um caráter especial: ele indicará as atividades de gestão para 2007 e 2008. Os interessados poderão se manifestar sobre o PAOF até o dia 23 de julho.
O documento, que está disponível para consulta pública no site do Serviço Florestal Brasileiro (www.sfb.gov.br), prevê ações de cadastramento de florestas públicas, concessões para uso florestal, medidas de monitoramento e fiscalização. As contribuições deverão ser enviadas para o endereço Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. As sugestões apresentadas serão analisadas pela Comissão de Gestão de Florestas Públicas (CGFLOP), que se reunirá nos dias 25 e 26 de julho. Até o próximo dia 31, o PAOF definitivo deverá ser publicado no Diário Oficial da União.
"Essa data-limite foi instituída em função dos prazos para elaboração da LOA (Lei Orçamentária Anual) para 2008", afirma o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo. Ele explica que recursos da LOA serão aplicados em atividades de gestão e conservação das florestas públicas e cita como exemplo a demarcação em campo das áreas florestais - identificadas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas - e a criação de programas de pesquisa e assistência técnica para gestão e manejo sustentável de áreas florestais, entre outras iniciativas.
Um ponto importante do PAOF é a indicação das áreas que poderão ser alvo de concessões florestais a partir de outubro deste ano (Veja tabela abaixo). Na consulta pública, consta que um milhão de hectares, localizados em áreas de preservação ambiental (APAs) e em florestas nacionais (Flonas), poderão receber, por meio de licitação, concessões de manejo florestal sustentável, que podem ser de produtos madeireiros e não-madeireiros ou de serviços, como turismo ecológico. Nessas áreas de concessão, o desmatamento é proibido. Quem ganhar a licitação só poderá manejar a floresta por meio de técnicas de baixo impacto ambiental.
"Essas áreas representam apenas 0,5% das florestas públicas federais", garante Azevedo (para ver gráfico, clique aqui). Os recursos arrecadados com as licitações, conforme a lei, serão destinados aos órgãos ambientais, estados e municípios, onde se localizam as áreas. "E deverão ser usados em programas de apoio ao manejo sustentável, fiscalização e outras ações", explica. "Trata-se da economia da floresta, que financia a própria conservação", salienta.
Segundo estimativas do Serviço Florestal Brasileiro, essas áreas têm potencial produtivo de cerca de 610 mil m3 de madeira em tora e de 670 mil m3 de resíduos (úteis para geração de energia), que poderão gerar uma renda bruta de R$ 120 milhões por ano e aproximadamente 8,6 mil empregos.
Florestas Públicas Federais (FPF) e possibilidade de concessão florestal (CF) no PAOF 2007-2008 (em hectares) | |||||
Tipo de Floresta Pública Federal |
Total de Florestas Públicas |
Legalmente passíveis de CF |
Incluídas no PAOF 2007/8 (CF permitida) |
Prioritárias para CF |
Área Projetada de Unidades de Manejo para CF |
Flonas |
|
12.807.728 |
8.492.994 |
2.315.730 |
460.000 |
FPF em APA |
|
1.641.314 |
1.641.314 |
1.641.314 |
540.000 |
FPF em Áreas destinadas |
164.539.061 |
14.449.042 |
10.134.308 |
3.957.044 |
1.000.000 |
FPF em Áreas não destinadas |
29.296.649 |
29.296.649 |
2.890.514 |
- |
- |
Total de Florestas Públicas Federais |
193.835.710 |
43.745.691 |
13.024.822 |
3.957.044 |
1.000.000 |
% das FPF |
|
22,6% |
6,7% |
2,0% |
0,5% |
% das áreas Legalmente Passíveis de CF |
|
|
29,8% |
9,0% |
2% |
Fonte: Cadastro Nacional de Floretas Públicas / Serviço Florestal Brasileiro
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