A ministra do Meio Ambiente Marina Silva participou, nesta segunda-feira (28), em Brasília, da abertura da Semana de Biociências da Universidade Paulista (Unip). Na ocasião, a ministra falou com os estudantes sobre a importância de eles desenvolverem princípios éticos, que nortearão o futuro profissional. Ela lembrou também da grave crise ambiental que o mundo inteiro está passando por conta do aquecimento global e os desafios que essa nova realidade inspira na gestão ambiental.
"Vamos atravessar esse novo século discutindo meio ambiente e desenvolvimento, queiram ou não queiram", alertou. Ela lembrou que cada pessoa em seu ambiente de trabalho, em sua casa e no seu cotidiano pode ajudar os governos na mitigação dos impactos humanos que provocam perda de biodiversidade e o aquecimento global. "Antes de pensar o que concretamente nós vamos fazer, temos que pensar o que vai orientar o nosso fazer", completou a ministra.
A crise ambiental em curso é, segundo Marina Silva, sem proporções na história humana. O relatório do IPCC mostrou que já estamos vivendo as mudanças climáticas, que nós aceleramos o aquecimento e que temos que tomar medidas urgentes para reverter essa alteração. "A previsão do relatório é que em 50 anos teremos 2 bilhões de refugiados ambientais no planeta causados pelas inundações, desertos, furacões e terremotos que serão mais freqüentes".
Marina Silva destacou ainda a importância da reestruturação no Ministério do Meio Ambiente e no Ibama para dar conta da riqueza natural do Brasil. "Temos 11% das reservas de água doce do planeta, 20% das espécies vivas, a maior floresta tropical do mundo, 280 comunidades indígenas que falam 18 línguas diferentes. São 60 milhões de hectares de unidades de conservação e a expectativa é que em 2010 tenhamos 90 milhões de hectares", disse.
A ministra reafirmou que 19 anos depois da criação do Ibama, está sendo criado o Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade para cuidar das unidades de conservação do País que, em 2010, terão um território maior do que a França e a Itália juntos. "Minha responsabilidade política me levou a fazer isso para fortalecer a gestão ambiental", explicou.
A ministra relembrou também que nos últimos quatro anos o desmatamento teve queda de 52% o que evitou que 430 milhões de toneladas de CO2 fossem lançados na atmosfera. "Isso é 15% de tudo que deveria ter sido reduzido pelos países ricos", esclareceu. No mesmo período foram plantados três bilhões de árvores no Brasil. "O custo do cuidado é sempre menor que o custo do reparo", destacou Marina Silva.
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