O Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) vai participar da Rede Povos da Floresta, implementando dez pontos na região amazônica que servirão de monitoramento, centros de formação e núcleos comunitários para comunidades tradicionais indígenas e unidades de conservação de proteção integral.
Em março deste ano, foi firmado um acordo de cooperação entre os ministérios do Meio Ambiente, das Comunicações e a Associação de Cultura e Meio Ambiente, representante da Rede Povos da Floresta - que tem como origem a Aliança dos Povos da Floresta, criada nos anos 1980 por lideranças como Chico Mendes, Ailton Krenak e David Yanomamy, entre outros.
A meta é implementar 150 pontos no Brasil inteiro. O Arpa vai se responsabilizar por dez deles, que ficarão localizados em áreas de conservação dos estados do Amazonas e do Acre. O nome do projeto chama-se Rede Digital de Monitoramento, Vigilância e Educação Ambiental em Áreas Protegidas.
Seu objetivo é "fortalecer o papel das comunidades tradicionais e povos indígenas na gestão ambiental de áreas protegidas e seus entornos, com destaque ao monitoramento, vigilância, educação ambiental, de forma articulada com as políticas culturais, educativas e com as agendas de promoção da sustentabilidade das comunidades envolvidas".
De acordo com o texto do projeto, os benefícios vislumbrados são "agilidade; capacidade de articulação; comunicação de baixo custo; aliança com as comunidades; técnicos do Ibama conectados; aspecto inovador da inclusão digital; comunidade conscientizada sobre a importância da unidades de conservação".
Segundo Virgínia Gandres, uma das coordenadoras da Rede Povos de Floresta, os pontos serão de três tipos: centro de formação; monitoramento e vigilância; e núcleo comunitário/monitoramento e vigilância. Entre os dez pontos do Arpa, seis ficarão localizados em unidades de conservação no Amazonas e quatro no Acre. "Esse projeto visa transformar a antiga relação de órgão fiscalizador e as comunidades locais, promovendo a participação de todos no monitoramento ambiental", disse Virgínia.
O Arpa é um programa do governo federal, em parceria com organizações não-governamentais, doadores e governos estaduais e municipais da Amazônia. A coordenação é feita pelo Ministério do Meio Ambiente e a execução pelo Ibama, Funbio e os governos do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins
O programa tem como doadores GEF, através do Banco Mundial, KFW e a ong WWF-Brasil, que também atua na cooperação técnica ao lado da Agência Alemã de Cooperação (GTZ). Em funcionamento desde 2002, o Arpa pretende criar, implementar e consolidar 37,5 milhões de hectares de novas unidades de conservação e consolidar 12,5 milhões de hectares de unidades existentes até o ano de 2012.
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