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Seminário estimula projetos de manejo sustentável na Caatinga

Publicado: Terça, 24 Abril 2007 21:00 Última modificação: Terça, 24 Abril 2007 21:00


Adriano Ceolin

O segundo dia do seminário Conservação & Manejo Florestal do Bioma Caatinga contou, na manhã desta terça-feira, com apresentações de três pesquisas diferentes: a atualização de áreas prioritárias; a flora e a conservação; e a fauna no manejo florestal sustentável.

Houve também uma exposição sobre o patrimônio arqueológico do bioma, concentrado na região do Parque Nacional da Serra das Capivaras (Piauí). As quatro apresentações servirão de subsídios para inciativas de desenvolvimento sustentável na caatinga.

Bióloga a serviço do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Manuella Andrade de Souza fez a primeira das quatro apresentações do segundo dia de seminário, evento da Semana da
Caatinga promovida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), entre os dias 23 e 27 deste mês, em Brasília.

Também mestre em zoologia, Manuella é autora de uma pesquisa sobre áreas prioritárias na caatinga. Na apresentação, a bióloga do Ibama detalhou qual metodologia utilizou para realizar o seu trabalho e explicou como se deu o processo de execução.

"As conclusões do trabalho servem para orientar a criação e a implementação de unidades de conservação, o direcionamento para a realização de pesquisas científicas, a fiscalização, o licenciamento ambiental e as ações de governo", disse, ao final de sua exposição.

Depois de Manuella, foi a vez da professora e doutora Ana Maria Giulietti Harley, da Universidade  Estadual de Feira de Santana (UEFS), fazer uma apresentação sobre as características da flora da caatinga. Por meio de
imagens, ela mostrou as peculiaridades do bioma.

"Existem diferentes tipos de caatingas que assumem características de acordo com os períodos de seca ou de chuva", disse a professora, ao discorrer sobre centenas de espécies. Entre as famerógomas (plantas que apresentam flores), contou haver 1511 espécies na caatinga.

Ana Maria disse também que existem diferentes tipos de juazeiros (árvore comum na caatinga que dá frutos comestíveis). "Qualquer programa de proteção do juazeiro tem de levar em conta que não existe apenas uma espécie de juazeiro, mas sim várias", disse.

Professora e doutora da Universidade Federal do Ceará, Diva Maria Borges-Nojosa participou do seminário desta terça ao apresentar uma pesquisa sobre a fauna em duas áreas de caatinga onde é realizado manejo sustentável.

Mesmo ainda em desenvolvimento, o estudo permitiu algumas conclusões preliminares importantes. "Foi possível observar que, nas áreas manejadas, o número de espécies identificadas tem quase a mesma representatividades que em áreas não manejadas", disse a professora.

O seminário foi encerrado com a apresentação da arqueóloga Niède Guidon, da Fundação Museu do Homem Americano, sobre o bem-sucedido projeto de desenvolvimento sustentável no Parque Nacional da Serra das Capivaras.

A áreas estão prontas para a exploração do turismo. Seu principal atrativo são 128 sítios arqueólogicos, com gravuras feitas pelo homem pré-histórico em rochas. Segundo Niède, por meio das pesquisas, foi possível concluir que o
homem surgiu na América há 60 mil anos.

Além de abordar a riqueza arqueológica, Niède apresentou imagens da fauna e flora da região. Alertou sobre a extinção do tamanduá-bandeira, alvo da caça predatória e denunciou uma série de atos de vandalismo no local.

Niède fez um apelo para a construção do aeroporto de São Raimundo Nonato, obra de fundamental importância para o êxito do projeto pois irá facilitar a ida de turistas ao local.

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