Rubens Junior
O coordenador do Proecotur/MMA, Alan Milhomens, disse hoje que a tarefa de cuidar do meio ambiente e da vida humana no planeta não pode ser só dos governos. Se for assim, pensa ele, qualquer iniciativa estará fadada ao fracasso. Segundo Milhomens, para o êxito da ação, é essencial que se envolvam os industriais, os empresários, as organizações sociais e os cidadãos em geral. Milhomens fez o alerta nesta sexta-feira (20), em São Paulo, durante a abertura do Seminário Comunicando Sustentabilidade: Como Promover Produtos e Serviços Sustentáveis no Setor de Turismo e Demais Setores.
O seminário é uma das ações da Campanha de Comunicação Férias Sustentáveis. A reunião é uma oportunidade para que parceiros da ação concebam estratégias para deflagrar a iniciativa, destinada a difundir padrões de consumo e de produção sustentáveis no trade turístico, buscando conscientizar sobre novos hábitos de consumo e comportamento responsável do turista em suas escolhas durante a viagem. O evento tem participação dos parceiros habituais da ação, além de especialistas nacionais e internacionais de turismo e de comunicação e será realizado na sede da Umapaz.
Para Milhomens, representante do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, o anúncio recente do relatório das mudanças climáticas, feito pelo International Panel of Climate Change (IPCC), projetando um futuro sombrio para o planeta, por causa do aquecimento global, vem despertando o mundo para a necessidade de modificar seu comportamento não só em relação às emissões de gás carbônico. Com o relatório, acredita ele, o tema ambiental como um todo entrou em definitivo na agenda mundial. "Somente mecanismos de monitoramento e controle não bastam para impedir a degradação do planeta. É preciso trabalhar estratégias de comunicação social capazes de mobilizar as cadeias produtivas e os cidadãos-consumidores", disse Milhomens. "Nós precisamos chamar atenção dos consumidores para a importância de praticarem um consumo sustentável, mas também dos fabricantes e prestadores de serviço, para que adotem condutas saudáveis em todas as cadeias produtivas de seus negócios; inclusive na prospecção de novas tecnologias sustentáveis", disse Milhomens.
Pela manhã, a representante da empresa Futerra, uma das maiores empresas de comunicação de sustentabilidade do Reino Unido, Lucy Shea, falou aos cerca de 60 participantes do seminário sobre técnicas de comunicação na área ambiental utilizadas na Inglaterra e em outros países, mencionando exemplos positivos e negativos. Ela reconhece que um dos pontos centrais do debate é a matriz energética e os modelos econômicos, mas concentrou sua intervenção em mostrar tipos de campanha de mobilização e como elas têm "impactado" no público. Alguns exemplos dados por Lucy. Em Londres, entidades organizam uma feira (Love London), onde o visitante pode conhecer diversas formas de consumo e de práticas sustentáveis. Outro exemplo foi uma campanha "contra" os carros de tração 4x4, muito largos para certas ruas estreitas da capital inglesa. Quando chegam ao carro, os motoristas encontram uma espécie de "multa", na verdade um alerta da comunidade sobre o inconveniente da dimensão do veículo para o trânsito das pessoas.
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