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Clima e mapeamento da Caatinga vão abrir seminário sobre o bioma

Publicado: Quarta, 11 Abril 2007 21:00 Última modificação: Quarta, 11 Abril 2007 21:00
Adriano Ceolin

Evento organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, a Semana da Caatinga terá como primeira atração o seminário Conservação e Manejo Florestal no Bioma Caatinga. Quatro especialistas farão apresentações abordando temas como mapeamento, características e os impactos das mudanças climáticas sobre o bioma que abrange 10 estados brasileiros.

O seminário está marcado para o dia 24 de abril, no auditório do Ibama, em Brasília. A abertura da Semana da Caatinga foi agendada para o dia 23 de abril e deverá contar com a participação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

No seminário sobre conservação e manejo da caatinga, o geólogo Ardemírio Barros, da Universidade Estadual de Feira de Santana (BA), pretende detalhar as características do bioma. Há quinze meses ele coordena um programa de mapeamento da caatinga. O objetivo final é que, a partir da pesquisa, sejam criadas a áreas de conservação do bioma.

"É um estudo inédito, que pretende identificar a extensão e os fragmentos da caatinga", disse Barros. Ele argumenta que o bioma, apesar de não ser apropriado para a agricultura, é fundamental para a preservação das espécies. "Além disso, a caatinga ajuda a diminuir o êxodo rural, já que muita gente da região vive da criação de caprinos e ovinos", completou.

Outra preocupação relacionada à Caatinga é evitar que esse bioma transforme-se em deserto nos próximos 100 anos, como prevê uma das hipóteses do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas).

Os impactos das mudanças climáticas na Caatinga vão ser explicados pelo meteorologista José Marengo, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Ele fará apresentação sobre assunto também durante o seminário sobre manejo sustentável sobre a Caatinga, no dia 24.

Peruano radicado no Brasil há 12 anos, ele ajudou a elaborar dois capítulos nos relatórios dos grupos 1 e 2 do IPCC. Nos últimos anos, ele vem trabalhando em pesquisas sobre mudanças climáticas no Brasil ao lado de Carlos Nobre, outro meteorologista do Inpe.

"A temperatura no Nordeste subiu 0,7 oC, nos últimos 50 anos", disse Marengo. "Num cenário otimista, subiria mais 2o C nos próximos 50 anos. Num cenário pessimista, iria para 3,5o C no mesmo período", explica Marengo. O coordenador do Programa de Revitalização de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, do MMA, Maurício Laxe, apresentará as ações do programa.


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