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Europeus 'admitem' debate sobre repartição de benefícios

O tema foi abordado pelo secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, João Paulo Capobianco, nesta sexta-feira, na reunião de ministros de Meio Ambiente dos países do G-8 + 5, que ocorre em Potsdam, na Alemanha.
Publicado: Quinta, 15 Março 2007 21:00 Última modificação: Quinta, 15 Março 2007 21:00

Rubens Amador

O secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, João Paulo Capobianco, reclamou nesta sexta-feira (16), em Potsdam, na Alemanha, na reunião de ministros de Meio Ambiente dos países do G-8 + 5, da ausência, na agenda do encontro, do tema da repartição dos benefícios provenientes do uso do patrimônio genético brasileiro e dos conhecimentos dos povos tradicionais. Longe de causar mal-estar, a fala de Capobianco provocou reações positivas. Os ministros da Alemanha e do Reino Unido apoiaram a intervenção do brasileiro, concordando que a adoção do regime internacional de repartição deve constar de todas as discussões daqui por diante. Outro que deu seu apoio foi o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, que veio ao Brasil no início de março informar-se sobre o trabalho do governo brasileiro, considerado por ele exemplar na redução de emissões de gases de efeito estufa.

A adoção de um regime internacional de repartição de benefícios foi decidida em 2006. Naquele ano, nações desenvolvidas, européias inclusive, comprometeram-se, na Conferência das Partes (COP-8), em Curitiba, a resolver a questão no menor prazo possível até 2010. "Se há o compromisso da celeridade, a ministra Marina Silva entende que o encontro de Potsdam já deveria contemplar entendimentos em torno desse tema, de fundamental importância para o Brasil. Ainda que o tema não seja debatido a fundo em Potsdam, foi positivo assistir a manifestação pública favorável dos governos alemão e inglês e do Pnuma ao ponto de vista brasileiro, aliás, compromisso firmado em Curitiba", disse o coordenador da Assessoria Internacional, Fernando Lírio.

Segundo estatísticas, o Brasil detém cerca de 20% das espécies de flora e fauna existentes no planeta. É o primeiro dentre os 17 países considerados megadiversos do mundo. É também o principal destino dos traficantes de amostras genéticas de espécies animais e vegetais, destinadas à produção de medicamentos e cosméticos no exterior, duas indústrias que produzem lucros estratosféricos ao redor do mundo.

Clima - Nesta sexta-feira, primeiro dia do encontro do G8 + 5, o tema da Biodiversidade ocupou os debates. Capobianco cumpriu o compromisso assumido pelo MMA, em Nairóbi, em 2006, de auxiliar outros países a enfrentar problemas ambientais, fornecendo informações sobre soluções sustentáveis adotadas no Brasil, buscando incentivar a redução das emissões decorrentes do combate ao desmatamento.

Até o final do encontro, o secretário falará ainda sobre a utilização de combustíveis renováveis no Brasil, como etanol e biodiesel, no enfrentamento da poluição e do aquecimento global. Lembrará, porém, que a provável expansão mundial da utilização daqueles combustíveis deve considerar variáveis ambientais, com os governos tomando cuidados em relação aos impactos causados na natureza pelo plantio de cana-de-açúcar e de outros produtos agrícolas geradores de biocombustíveis.

Amanhã, último dia do encontro, o tema será Mudanças Climáticas. O Grupo volta a se encontrar de 6 a 8 de junho próximo, quando os ministros do Meio Ambiente do G-8 + 5 se reunirão na Alemanha para nova rodada de discussões. O G-8 + 5 reúne, ao lado das nações mais ricas do mundo, os cinco maiores países em desenvolvimento (Brasil, China, México, Índia e África do Sul).


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