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Brasil lança candidato para liderar combate à desertificação no planeta

Publicado: Terça, 06 Março 2007 21:00 Última modificação: Terça, 06 Março 2007 21:00

Rafael Imolene

O governo brasileiro anunciará oficialmente a candidatura do economista Antonio Rocha Magalhães para comandar a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês), neste mês de março, em Buenos Aires. O lançamento do candidato brasileiro, inédito na história das convenções da ONU, ocorrerá durante a 5ª Sessão do Comitê de Revisão da Implementação da UNCCD (Cric), realizada na capital argentina de 12 a 21 de março.

A indicação  partiu da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e conta com apoio dos Ministérios da Integração Nacional, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento Agrário. Também apóiam a candidatura bancadas de congressistas do Nordeste e Sudeste, o Banco Mundial e organizações da sociedade civil nordestinas.

As eleições estão previstas para o mês de setembro e o brasileiro poderá enfrentar um adversário da África, ainda não definido. Como o atual secretário-executivo da UNCCD, Hama Arba Diallo, de Burkina Fasso, é nascido no continente africano, aumentam as chances de um latino-americano liderar a convenção, levando-se em consideração o princípio da rotatividade de continentes nos cargos da ONU. Magalhães deverá receber apoio de todo o bloco latino-americano, além da Europa, que reconhece o Brasil como um dos países que mais avançou nessa área. Os resultados positivos obtidos pelo Brasil deverão atrair a atenção de doadores, segundo avaliação do MMA.

As regiões áridas, semi-áridas e subúmidas secas representam quase um terço da superfície terrestre, abrigam mais de 1 bilhão de seres humanos e são responsáveis por 22% da produção mundial de alimentos. A ampliação dessas áreas, tanto no Brasil quanto no resto do planeta, é conseqüência da exploração inadequada dos recursos naturais, entre outros fatores. O resultado são aquecimento global, eventos climáticos extremos mais freqüentes, como inundações, ondas de calor, menor volume de chuva em regiões secas e incidência de furacões, tufões e ciclones.

Currículo
O cearense Antonio Rocha Magalhães, 63 anos, é economista graduado pela Universidade Federal do Ceará, com doutorado também em economia pela Universidade de São Paulo. Em 1968, ingressou na carreira de Técnico em Desenvolvimento Econômico do Banco do Nordeste. Em 1971, mudou-se para Brasília como Técnico em Planejamento e Pesquisa do Instituo de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 1986, foi assessor especial do ministro do Planejamento para assuntos regionais. No ano seguinte assumiu a Secretaria de Planejamento do Governo do Ceará.

Já na década de 1990 retornou ao Ministério do Planejamento como secretário executivo. Em 1995 voltou ao Governo do Ceará como assessor para assuntos internacionais e, um ano depois, ingressou no Banco Mundial como Assessor Principal para o Brasil.
Magalhães foi professor de teoria econômica na Universidade Federal do Ceará (1969/71) e professor visitante na Escola de Políticas Públicas Lyndon B. Johnson, na Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos (1995/96).

Durante os anos em que não exerceu atividades no governo foi consultor de organizações nacionais e internacionais, como o Pnud, Pnuma, Banco Mundial, BID, IICA, e CEPAL. Alguns dos principais trabalhos realizados como consultor incluíram a Conferência Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável e Impactos Climáticas. Magalhães é um dos fundadores e atual presidente do Conselho Curador da Fundação Grupo Esquel Brasil, uma organização não governamental que promove políticas de desenvolvimento sustentável no Brasil.

Também representou o governo brasileiro em foros internacionais, especialmente o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Em 1991, recebeu nos Estados Unidos o Prêmio Internacional Mitchell sobre desenvolvimento sustentável. Publicou livros e artigos, tanto no Brasil quanto no Exterior, sobre temas como desenvolvimento regional, planejamento, desenvolvimento sustentável e impactos climáticos.
(Fonte: Banco Mundial) 


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