Rafael Imolene
O senador francês Claude Saunier afirmou nesta terça-feira, dia 16, em Brasília, que vai sugerir ao Parlamento da França o acesso do Brasil às imagens de alta resolução do satélite Spot, mecanismo que contribuirá para um maior controle do desmatamento na floresta Amazônica. Saunier e outras autoridades francesas se reuniram no Ministério do Meio Ambiente com os diretores de Áreas Protegidas do MMA, Maurício Mercadante, do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo, e do Programa Nacional de Conservação de Biodiversidade, Paulo Kageiama. "Mesmo sem investimento financeiro é possível colaborar", afirmou Mercadante. "Uma medida simples, como o acesso do Brasil às imagens do satélite Spot, vai proporcionar um controle mais eficaz das atividades na Amazônia e sua exploração sustentável", disse o diretor de Áreas Protegidas.
Os equipamentos da série Spot (Satélite Para a Observação da Terra, na sigla em francês) permitem uma visualização superior à que o Brasil tem disponível no momento.
Saunier é o encarregado, no Senado francês, do estudo intitulado "A Contribuição das Ciências e Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável", com foco na conservação e valorização da biodiversidade. O parlamentar está percorrendo países em busca de informações para apresentar um relatório sobre o tema ao Congresso da França, em outubro. "Certamente constará do relatório uma orientação para que o Brasil tenha acesso ao satélite", afirmou o senador.
Outro compromisso assumido por Saunier é o de apoiar, em seu relatório, a criação de um fundo internacional de compensação aos países que reduzirem a emissão de carbono em índices superiores aos convencionados pelo Protocolo de Kioto. A medida beneficiaria o Brasil, pois, quanto maior a redução do desmatamento, maior a redução da emissão do carbono. "Não estamos falando de algo para executar no futuro, mas sim de um esforço que já está sendo realizado pelo governo brasileiro, o da redução sustentável do desmatamento", afirmou Tasso Azevedo.
Segundo o senador francês, o desempenho brasileiro será reconhecido pela opinião pública da Europa, assim como os europeus "deverão saber que esse esforço custa caro" ao país. "A Amazônia e sua preservação são patrimônios brasileiros e isso dever ser respeitado", afirmou Saunier. "Mas como a floresta participa do equilíbrio do planeta, a comunidade internacional precisa ser solidária com o Brasil e contribuir com um fundo para a redução do desmatamento".
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