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MMA aposta em novo método agrícola para eliminar brometo

Programa do governo federal orientará operadores de caldeiras para tratamento do solo, uma alternativa à utilização do agrotóxico pelos agricultores brasileiros e uma forma de preservar a camada de ozônio
Publicado: Quarta, 10 Janeiro 2007 22:00 Última modificação: Quarta, 10 Janeiro 2007 22:00

Rafael Imolene

Começa na próxima segunda-feira (15), no município paulista de Atibaia, o treinamento de operadores de caldeiras para tratamento de solo. O curso faz parte do Programa Nacional de Eliminação do Brometo de Metila, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente. Durante cinco dias, os 27 inscritos aprenderão a utilizar os equipamentos a serem doados pelo governo brasileiro com recursos do Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal.

No fim do treinamento, dia 19, o MMA entregará oito caldeiras a associações de agricultores da região, cada uma ao custo de US$ 50 mil ou R$ 135 mil, em valores atuais. Os equipamentos poderão ser usados imediatamente, cedidos pelas associações aos produtores locais de flores e plantas ornamentais que erradicaram o uso do agrotóxico brometo de metila.

Até maio, será entregue o lote completo de caldeiras, com 27 unidades, um investimento de US$ 1,35 milhão. Ainda na cerimônia de encerramento do curso será apresentado o coletor solar, que substitui a utilização do agrotóxico, porém em menor escala. Até o final de 2007 está prevista a entrega de 600 coletores pelo governo brasileiro, em regiões produtoras de flores em São Paulo, incluindo Atibaia, Ibiúna e Holambra, bem como em Pernambuco.

Tanto a caldeira quanto o coletor podem ser aplicados para o tratamento do solo e o controle de formigas sem causar danos ao meio ambiente ou à saúde das pessoas que o manuseiam. Já o brometo de metila agride a camada de ozônio e provoca efeitos nocivos à saúde, como edema pulmonar, perturbações nervosas, insuficiência circulatória e até câncer, entre outras doenças.

A caldeira já é utilizada em outros países, inclusive na vizinha Argentina, onde agrônomos brasileiros vinculados ao plantio de flores tiveram a oportunidade de conhecê-la. Já o coletor solar foi desenvolvido pela Embrapa e possui tecnologia 100% nacional. "Sua fabricação é tão simples que vamos distribuir panfletos com instruções de como produzir seu próprio coletor solar", afirmou o diretor de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Ruy de Góes.

Parecido com uma mesa, o coletor é feito de madeira. Apoiado em quatro pés possui uma caixa de madeira no topo, recoberta por uma camada plástica. No interior da caixa estão instalados tubos metálicos, onde a terra deverá ser depositada. Após o aquecimento a temperaturas médias de 60ºC, a terra estará livre de organismos nocivos ao cultivo de plantas ornamentais e hortaliças, como o morango. A caldeira também adota o aquecimento da terra para tratar o solo, utilizando-se de vapor de água em grandes quantidades de terra.

A Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial está iniciando um processo de licitação para produzir os coletores em escala. Atualmente, o custo estimado de cada coletor é de US$ 100 (R$ 220). O Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal dispõe de US$ 2 milhões (cerca de R$ 4,4 milhões) para investir nas caldeiras e coletores.

Erradicação - o brometo de metila é um gás utilizado para tratamento de solo e fitossanitários. Em 1992, o gás foi incluído na lista das substâncias, organizada pelo Protocolo de Montreal, que destroem a camada de ozônio. Como signatário do protocolo, o Brasil assumiu o compromisso de eliminar a substância até 2015. Como o brometo é extremamente tóxico e prejudicial à saúde humana, o governo brasileiro decidiu antecipar os prazos estabelecidos pelo protocolo.

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