O Ministério do Meio Ambiente promove dos dias 13 e 15 de dezembro, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o I Congresso Aqüífero Guarani. A finalidade é atualizar os conhecimentos sobre uma das maiores reservas subterrâneas de água doce do mundo, que se estende pelos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ela abastece total ou parcialmente mais de 500 cidades brasileiras. O sistema aqüífero abrange ainda parte da Argentina, do Uruguai e do Paraguai.
O evento é dirigido a usuários de água, representantes de organismos de bacias, de universidades, da sociedade civil, de órgãos gestores de recursos hídricos e do meio ambiente e a especialistas no assunto. O interesse do público-alvo superou as expectativas. Eram esperadas 250 inscrições. Na segunda-feira, dia 11, a organização já contabilizava mais de 300 inscritos, entre brasileiros e estrangeiros. Durante o congresso, serão apresentados trabalhos relacionados à gestão, proteção, comunicação social, educação ambiental aplicada ao conhecimento técnico-científico e uso do sistema aqüífero.
O volume do manancial do Aqüífero Guarani chega a 37 mil km³ e sua extensão se aproxima de 1,2 milhões de Km². O Brasil possui a maior parte - 840 mil km² (70%do total); a Argentina, 225,5 mil Km²; o Paraguai, 71,7 mil Km² e o Uruguai, 58,5 mil Km². Suas águas, em geral, são de excelente qualidade para consumo doméstico, industrial e para irrigação. Além disso, a altas temperaturas das águas, que podem ser superior a 30ºC, são úteis em balneários e na agroindústria (para despelar o frango). Estudos revelam que existe a possibilidade de ocorrerem poços jorrantes em 70% da área do aqüífero. O governo brasileiro desenvolve, em parceria com Argentina, Uruguai e Paraguai, o Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aqüífero Guarani. A iniciativa conta com apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA). Os quatro países estudam juntos a formulação de um marco legal para promover a gestão compartilhada das águas subterrâneas do aqüífero. O Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF) é o organismo financiador do projeto.
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