Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > InforMMA > Perfil dos Premiados do Prêmio Chico Mendes
Início do conteúdo da página

Notícias

Perfil dos Premiados do Prêmio Chico Mendes

Publicado: Terça, 28 Novembro 2006 22:00 Última modificação: Terça, 28 Novembro 2006 22:00

Liderança Individual

1º lugar: Padre Paolino Baldassari, Sena Madureira (AC)

Italiano de nascimento, brasileiro e amazônida de coração. Radicado no Brasil desde 1951, morou no Amazonas e vive atualmente no município de Sena Madureira, Acre, onde realiza trabalho social, ambiental e de saúde, dando continuidade ao ideal forjado por Chico Mendes. Respeitado e querido pela comunidade, Padre Paulino se fez merecedor de várias homenagens. Sua indicação para concorrer ao Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente partiu do Frei Heitor Turini, da Ordem dos Servos de Maria e companheiro de jornada. Foi classificado em primeiro lugar na categoria liderança individual.

2º lugar: Nilfo Wandscheer, Lucas do Rio Verde (MT)

Sindicalista, nascido na zona rural de Mondaí, em Santa Catarina. É dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. Seu engajamento político-social tem origem nas reuniões da Comissão Pastoral da Terra e na luta pela reforma agrária, atuando na Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri). Ajudou a criar a regional do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) no Mato Grosso e a executar o Projeto Proteger do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil. Foi indicado para concorrer ao Prêmio Chico Mendes pela coordenadora estadual do Projeto Proteger, Epifânia Vuanden.

3º lugar: Manoel da Silva Cunha, Manaus (AM)

Nasceu na comunidade de São Francisco, no município de Curauari, no Amazonas, onde se consolidou como liderança comunitária junto às comunidades extrativistas que vivem na área da Reserva Extrativista do Médio Juruá. Dentre as entidades das quais participa estão o Conselho Nacional dos Seringueiros, do qual foi eleito presidente em 2005; Conselho Estadual do Desenvolvimento Rural do Amazonas e Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Foi indicado para concorrer ao Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente por Luciene Pohl, colaboradora do CNS.

Associação Comunitária

1º lugar: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde, Rio Verde (MT)

Com uma trajetória forjada na luta pela conquista da terra, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde associou à sua plataforma o compromisso pela conservação ambiental e pela agricultura ecológica, contribuindo, dessa forma, para o desenvolvimento sustentável na região. Sua força organizativa se deve à participação efetiva nas lutas de agricultores familiares, assalariados rurais e trabalhadores rurais sem-terra que formam o público com o qual o sindicato atua. O sindicato já protagonizou muitas lutas sociais, sendo por isso reconhecido e respeitado como entidade interlocutora dos interesses de seus associados.

2º lugar (empate): Asssociação Comunitária da Reserva Extrativistado Rio Iriri, Altamira (PA)

A criação da Reserva Extrativista do Iriri (Terra do Meio) foi uma das principais conquistas da associação, que se estabeleceu para combater a grilagem de terras e as práticas ilegais de exploração dos recursos naturais, na região conhecida como Terra do Meio. As comunidades tradicionais que vivem na região estavam constantemente sob ameaças, fato que as levaram a se unir a várias entidades com atuação destacada na área ambiental para pleitear do governo a criação de um mosaico de unidades de conservação na região.

2º lugar (empate): Associação dos Moradores do Rio Unini, Barcelos (AM)

A associação surgiu num contexto de luta coletiva em favor da resolução de conflitos gerados a partir da proibição ao uso dos recursos naturais, do controle social sobre eles e para contribuir com a busca de alternativas à resolução da questão fundiária no Parque Nacional do Jaú (AM). A associação atua no rio Unini, onde mora a maioria de seus associados, formados por nove comunidades e um total de 180 famílias. Sua luta resultou na criação da Reserva Extrativista do Rio Unini.

3º lugar: Associação de Desenvolvimento Comunitário de Lages - ASLAGES, Monte Alegre (PA)

A Comunidade de Lages, na região de Monte Alegre, foi criada há 52 anos. Sua subsistência era baseada na agricultura e na pesca, que se tornaram insuficientes em função da criação do Parque Estadual de Monte Alegre. Tem como base econômica a agricultura com cultivo de mandioca e feijão, envolvendo todos os membros das 35 famílias que a compõe. Em 2002 foi aprovado o Projeto Experimentos agrícolas alternativos e beneficiamento do buriti com base sustentável em comunidades do entorno do Parque Estadual Monte Alegre, dando a elas nova base de subsistência com sustentabilidade.

Organização Não-Governamental

1º lugar: Operação Amazônia Nativa  OPAN, Cuiabá (MT)

Trabalha com povos indígenas, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, desenvolvendo projetos de defesa territorial, sustentabilidade, atenção à saúde, educação e promovendo formação e capacitação nas mais diferentes áreas, por meio do contato direto e cotidiano com as aldeias indígenas. A OPAN reconhece que a demarcação de terras indígenas é um processo básico e fundamental para o desenvolvimento das culturas, a sustentabilidade e a melhoria de vida dos povos indígenas. A OPAN contribuiu diretamente para a demarcação das terras dos povos Paresi, Cinta Larga, Enawene Nawe, Kanamari, Kulina, Paumari, Katukina, Parintintin e Deni.

2º lugar: Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé, Porto Velho (RO)

Seu princípio orientador é a harmonia entre o homem e a natureza, participando na construção de um desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente sustentável. É uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público com atuação na região Sudeste do Amazonas e em Rondônia. Desenvolve diversos projetos e atividades com o objetivo de proteger o meio ambiente e os direitos indígenas.

2º lugar: Instituto Internacional de Educação do Brasil  IEB, Brasília (DF)

Associação civil com atuação destacada na capacitação de recursos humanos para a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais, cultivando o capital humano para uma sociedade sustentável, por meio de ações de formação, disseminação de conhecimentos e fortalecimento da articulação de atores sociais, tendo como prioridade a região amazônica.

3º lugar: Associação Vaga Lume, São Paulo (SP)

A associação Vaga Lume tem como missão promover o desenvolvimento cultural e educacional de comunidades rurais da Amazônia Legal, mediante a aplicação da metodologia de implantação de bibliotecas comunitárias e a formação de pessoas para o incentivo à leitura, além de contribuir com a troca de conhecimentos entre a população amazônida e as demais regiões do país.

Negócios Sustentáveis

1º lugar: Organização Indígena da Bacia do Içana, São Gabriel da Cachoeira (AM)

Trabalha com produção e comercialização de pimenta em pó para tempero de carne e peixe. Com esse trabalho, a organização busca colaborar com o desenvolvimento das comunidades indígenas, promovendo a geração de renda e a avaliação do potencial florestal da região para garantir o uso racional dos recursos naturais. Essa produção é feita pelas mulheres em suas roças, sem mudanças negativas na sua identidade cultural e forma de vida.

2º lugar: Liba Produtos Florestais, Rio Branco (AC)

Indústria de pequenos objetos de madeira (certificada pelo FSC) e outros materiais florestais, com atuação nos mercados de presentes finos, utilitários domésticos, brindes corporativos, jogos e brinquedos. Sua atuação é baseada no manejo florestal comunitário em parceria com associações de seringueiros. Trata-se de empresa jovem, instalada há um ano e meio em Rio Branco, fruto de experiência familiar acumulada em mais de 35 anos no ramo de objetos de madeira.

3º lugar: Associação dos Extrativistas e Artesãos do Capim Dourado do Jalapão, Novo Acordo (TO)

A confecção do artesanato de capim dourado é a base do negócio sustentável desenvolvido pela Associação dos Extrativistas e Artesãos do Jalapão. O compartilhamento entre as artesãs e a troca de experiência por meio da realização de mutirões são princípios que norteiam as relações de produção das artesãs.

Ciência e Tecnologia

1º lugar: Philip Fearsinde, Manaus (AM)

Com extenso currículo de atividades de pesquisa desenvolvidas na Amazônia, Philip Fearnside foi classificado em primeiro lugar na categoria Ciência e Tecnologia. Ele foi um dos primeiros cientistas no Brasil a alertar para o impacto do desmatamento sobre o clima. Com o projeto Serviços ambientais como estratégia alternativa para o desenvolvimento na Amazônia quantificou, de forma simples e facilmente replicável às comunidades da região, as emissões causadas pela mudança no uso da terra na Amazônia; qualificou o benefício climático de mudar os padrões de uso da terra; redirecionou a base de sustento da população rural.

2º lugar: Tânia de Paula e Cristian Ullmann, São Paulo (SP)

Classificados com o Projeto Oficina Nômade, cujo objetivo é identificar, apoiar, divulgar e fortalecer o mercado de produtos comunitários amazônicos que utilizam de forma sustentável os recursos naturais.

3º lugar: Floriano Pastore Jr., Brasília (DF)

Participou com projeto que trata do uso de tecnologia alternativa para a produção de borracha natural, que permite ao trabalhador preparar o látex beneficiado, empregando técnicas e materiais simples de custo relativamente baixo. O projeto apóia os seringueiros na preservação e no uso sustentável da floresta.

Menção Honrosa: Museu Emílio Goeldi, Belém (PA)

O Museu Paraense Emílio Goeldi atua na geração e divulgação do conhecimento científico na Amazônia, por meio de estudos e da difusão da sociobiodiversidade. Dentre as muitas contribuições oferecidas pelo Museu Goeldi para o desenvolvimento regional, pode-se destacar a manutenção e a conservação de acervos científicos, e a formação de recursos humanos especializados em assuntos da região. O fato de que o conjunto da obra do Museu é tão grandioso que não permite comparação com o trabalho de outros fez com que a Comissão Julgadora optasse por uma menção honrosa ressaltando este trabalho.

Arte e Cultura

1º lugar: Mara Régia Di Perna, Brasília (DF)

Jornalista e professora universitária, desenvolve desde 1990 programas de rádio voltados à capacitação das populações amazônicas em relação a temas como cidadania, cultura popular, conhecimentos tradicionais, sexualidade, meio ambiente e outros. Há 14 anos apresenta o programa Natureza Viva pela Rádio Nacional da Amazônia, um projeto do WWF-Brasil, do GTA (Grupo de Trabalho Amazônico) e da Radiobras. Em 2005, Mara Régia integrou a lista de mil mulheres indicadas em todo o mundo para o Prêmio Nobel da Paz.

2º lugar: Feliciano Pimentel Lana, São Gabriel da Cachoeira (AM)

Membro do povo indígena Desana, demonstra seu talento artístico em arte gráfica, textos e livros. Teve sua arte apresentada em exposições, oficinas e outros eventos. Seus trabalhos serviram de base para diversos pesquisadores interessados nas questões culturais e ambientais da região do Alto Rio Negro. Acredita que seu ofício é uma forma de manter viva, documentada e preservada a cultura de seu povo.

3º lugar: Associação dos Seringueiros do Seringal Cazumbá, Sena Madureira (AC)

Concorreu com o Projeto Barco de Leitura, da Resex Cazumbá-Iracema (Acre). O projeto tem por objetivo democratizar o acesso à cultura por meio de obras literárias, contribuindo para estimular o hábito de leitura, a reflexão, o debate, a curiosidade intelectual, a cooperação e a liderança entre crianças e jovens da Resex.

Fim do conteúdo da página