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Marina Silva inaugura núcleo de pesquisa para combate à desertificação no Piauí

O núcleo tem como objetivo apoiar estudos sobre o fenômeno da desertificação e testar tecnologias para o controle do processo de degradação de terras, bem como promover a recuperação de áreas já degradadas da região.
Publicado: Quinta, 23 Novembro 2006 22:00 Última modificação: Quinta, 23 Novembro 2006 22:00

Gerusa Barbosa

Como parte da agenda de comemoração do Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, inaugura nesta terça-feira (28), o Núcleo de Pesquisa de Recuperação de Áreas Degradadas e Combate à Desertificação (Nuperade), localizado no município de Gilbués, Piauí. O núcleo tem como objetivo apoiar estudos sobre o fenômeno da desertificação e testar tecnologias para o controle do processo de degradação de terras, bem como promover a recuperação de áreas já degradadas da região. A iniciativa conta com a parceria dos Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura e do governo do estado do Piauí.

A construção do núcleo constitui parte das ações do PAN-Brasil (Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca), instrumento de planejamento que define as diretrizes e as principais ações para o combate e a prevenção do fenômeno da desertificação nas regiões brasileiras com clima semi-árido e subúmido seco. Construída em uma área de 53 ha, a sede do núcleo possui um poço tubular, energia elétrica e auditório, com capacidade para 50 pessoas, e um escritório de apoio logístico para pesquisadores. No núcleo foram construídas pequenas barragens de terra para contenção do escoamento superficial e implantados experimentos de pesquisa agrossilvopastoril. Os recursos para construção do núcleo são oriundos de parcerias entre os ministérios do Meio Ambiente, da Agricultura, Integração Nacional e governo do estado do Piauí.

Segundo o coordenador técnico de combate à desertificação do Ministério do Meio Ambiente, José Roberto de Lima, o núcleo vai incorporar as terras degradadas ao processo produtivo e servir como pólo de treinamento para a população local, especialmente o trabalhador rural. "O núcleo é extremamente importante para frear o avanço da degradação do solo e promover a recuperação de terras degradadas na região, que, apesar dos problemas causados pela erosão, são bastante férteis", explica José Roberto.

O processo de desertificação em Gilbués, localizado a 797 km de Teresina, iniciou-se na década de 40 e desde então vem evoluindo gradativamente. O município é considerado pelo PAN-Brasil como um dos núcleos de desertificação no Nordeste, sendo que a degradação do solo já atinge, além de Gilbués, mais 14 municípios da região (São Gonçalo do Gurguéia, Corrente, Monte Alegre do Piauí, Barreiras do Piauí, Curimatá, Redenção do Gurguéia, Bom Jesus, Riacho Frio, Parnaguá, Morro Cabeça no Tempo, Avelino Lopes, Júlio Borges, Sebastião Barros e Cristalândia do Piauí), formando a maior área de desertificação do Brasil. Os quinze municípios juntos somam 34.977,3 km² e uma população de aproximadamente 68 mil habitantes. Segundo estudos, as atividades que mais contribuíram para o problema na região foram a extensão da pecuária, a agricultura, sem os cuidados com a preservação do solo, e a exploração do diamante.

O Nuperad representa uma estratégia para mostrar que é possível, com técnicas adequadas e o plantio de culturas apropriadas, barrar o processo de erosão e tornar a área produtiva. A partir da experiência do Núcleo, a comunidade será orientada sobre os tipos de culturas que podem ser adaptáveis à região e as técnicas adequadas para que as plantas prosperem. Algumas técnicas para recuperação do solo vêm sendo aplicadas com o plantio de leguminosas e construção de barragens para armazenar a água, uma vez que o solo não consegue reter.

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