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Reino Unido nega intenção de propor fundo para compra de terras na Amazônia

O ministro britânico de meio ambiente, David Miliband, divulga nota para esclarecer polêmica sobre suposta intenção do governo inglês de criar um fundo internacional para financiar a compra de terras na Amazônia.
Publicado: Terça, 03 Outubro 2006 21:00 Última modificação: Terça, 03 Outubro 2006 21:00

O ministro britânico de meio ambiente, David Miliband, divulgou uma nota nesta quarta-feira (4/10), em Monterrey, no México, esclarecendo a polêmica em torno da suposta intenção do governo inglês de criar um fundo internacional para financiar a compra de terras na Amazônia. "Deixei muito claro que o interesse do governo do Reino Unido não é o de apoiar ou promover a compra da Floresta Amazônica, mas, sim, de trabalhar com os colegas brasileiros (e outros países) para apoiar o manejo florestal sustentável", disse Miliband, no documento, divulgado após um encontro com o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Claudio Langone.

Miliband e Langone participam, em Monterrey, da 2ª Reunião Ministerial do Diálogo de Gleneagles sobre Mudança do Clima, Energia Limpa e Desenvolvimento Sustentável, que iniciou ontem (3/10) e encerra nesta quarta-feira (4/10).

Uma nota também foi divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, ainda na terça-feira, para informar que o ministro inglês já havia feito contato com a delegação brasileira no México. Nesse contato prévio, Miliband negou a intenção do governo do Reino Unido de fazer qualquer anúncio sobre a proposta veiculada na imprensa.

Leia abaixo a íntegra das notas divulgadas pelo governo inglês e pelo Ministério do Meio Ambiente:

DECLARAÇÃO DE DAVID MILIBAND SOBRE A COOPERAÇÃO BRASIL-REINO UNIDO EM MUDANÇA DO CLIMA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Estou muito satisfeito em ter tido um encontro cordial e proveitoso com o Secretário-Executivo Langone. Reafirmamos nosso compromisso conjunto com o sucesso e o valor do Diálogo de Gleneagles. Discutimos nosso interesse comum no manejo florestal sustentável. Tivemos, também, uma discussão produtiva sobre nossa cooperação bilateral em etanol e sobre a contribuição que os biocombustíveis podem aportar ao tratamento da mudança do clima e ao desenvolvimento sustentável em termos mais gerais.

Há uma série de propostas de países, em discussão, para tratar da questão do desmatamento, as quais merecem ser examinadas de forma cuidadosa. Confirmamos a avaliação de nossos cientistas de que 80% dos gases de efeito estufa decorrem do uso e da produção de energia, incluindo transportes, e que cerca de 20% advêm do desmatamento. Refletimos também sobre a importância das atividades recentes do Brasil na área de manejo florestal, que levaram a uma queda de 31% nas taxas de desmatamento em 2004/05 e de 11% em 2005/06. Acolhi, com satisfação, a recente proposta apresentada para discussão no âmbito da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima) pelo Brasil, em Roma, sobre incentivos positivos para a redução do desmatamento e sobre as ligações entre os esforços dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento.

O Reino Unido e o Brasil têm um papel importante em trabalhar junto com outras partes na discussão sobre desmatamento e manejo florestal sustentável pelos países em desenvolvimento. Deixei muito claro que o interesse do Governo do Reino Unido não é o de apoiar ou promover a compra da Floresta Amazônica, mas, sim, de trabalhar com os colegas brasileiros (e outros países) para apoiar o manejo florestal sustentável.

Ressaltei que o Reino Unido está muito interessado em trabalhar com o Brasil para explorar formas de mobilizar recursos internacionais para auxiliar os países em desenvolvimento no manejo florestal sustentável. O Governo do Brasil reafirmou seu compromisso com a cooperação internacional na área de desmatamento, com pleno respeito pela soberania brasileira. O Secretário-Executivo Langone também reforçou a importância de se envolverem as comunidades locais.

Ambos os países reafirmaram o compromisso em continuar a cooperação na área de mudança do clima e desenvolvimento sustentável, e aguardam a primeira reunião do Grupo de Trabalho bilateral sobre Mudança do Clima ainda este ano. Espero que essa reunião chegue a um acordo sobre ações práticas para alcançar nossos objetivos comuns.

Monterrey, México, 4 de outubro de 2006.


NOTA DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE À IMPRENSA


Com referência às notícias publicadas pela imprensa inglesa e repercutidas no Brasil sobre o anúncio, pelo governo da Inglaterra, de apoio à criação de um fundo internacional para compra de terras na floresta amazônica, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) informa que o secretário-executivo deste ministério, Claudio Langone, foi contactado ontem (03/10), em Monterrey, no México, por seu colega inglês, David Miliband, que negou a intenção de fazer qualquer anúncio a respeito da proposta veiculada pela imprensa. Da mesma forma, Miliband afirmou ter sido mal interpretado em suas declarações à imprensa daquele país. Langone está em Monterrey, no México, chefiando a delegação brasileira que participa, entre ontem e hoje ( 3 e 4/10), da 2ª Reunião Ministerial do Diálogo de Gleneagles sobre Mudança do Clima, Energia Limpa e Desenvolvimento Sustentável, onde estão sendo discutidos temas como a substituição dos combustíveis fósseis e as ações para a implementação da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

Brasília, 3 de outubro de 2006.

Assessoria de Comunicação
Ministério do Meio Ambiente
Ascom/MMA

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