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Estudo pretende identificar estado de conservação de parentes silvestres

Pesquisa identificará regiões em que são encontradas parentes silvestres e espécies crioulas do algodão, mendoim, arroz, caju, das abóboras, da mandioca, do milho e da pupunha. O trabalho indicará medidas para garantir a preservação dessas espécies.
Publicado: Segunda, 25 Setembro 2006 21:00 Última modificação: Segunda, 25 Setembro 2006 21:00

Marluza Mattos

Um amplo estudo sobre parentes silvestres das espécies de plantas cultivadas no Brasil está sendo desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente, em parceria com a Embrapa, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e outras instituições de pesquisa. O objetivo é identificar em que região são encontradas, qual o grau de conservação na natureza, nos laboratórios e comunidades de agricultores e propor medidas para preservar as parentes silvestres e espécies crioulas do algodão, amendoim, arroz, caju, das abóboras, da mandioca, do milho e da pupunha.

Durante a  8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-8), realizada em março deste ano, em Curitiba, o ministério lançou a publicação Parentes Silvestres das Espécies de Plantas Cultivadas. Era uma versão preliminar de um trabalho que está em andamento. Segundo Lidio Coradin, da Gerência de Recursos Genéticos da Secretaria de Biodiversidade e Florestas, a expectativa é de que o estudo completo seja publicado no primeiro semestre de 2007.

É a partir das espécies silvestres que são selecionadas as plantas cultivadas. São consideradas um importante patrimônio genético, pois já desenvolveram resistência para sobreviver na natureza. Igualmente importantes são as variedades crioulas, aquelas que resultam da seleção natural e do manejo de comunidades tradicionais. O processo de cultivo dessas espécies lhes garantiu especificidades genéticas. Isso significa que elas se transformaram em relevantes fontes de pesquisa. "São espécies resistentes a pragas, doenças, a determinadas condições de solo e de clima", explica Coradin.

Os primeiros resultados dos projetos de pesquisa já estão sendo apresentados ao Ministério do Meio Ambiente. O grupo de pesquisadores responsável pelo trabalho sobre o milho, por exemplo, já revelou que os pequenos agricultores e as comunidades tradicionais exercem um papel fundamental na preservação de material genético das variedades crioulas. Esse material tem especial importância para o melhoramento genético conduzido pelos pesquisadores.

O projeto que trata do algodão também já mostrou a necessidade de um forte esforço dos governos municipais, estadual e federal na preservação. A única espécie nativa de algodão no Brasil, a Gossypium mustelinum, só existe hoje numa região do Rio Grande do Norte e em outra da Bahia. "O estudo ainda apontou a existência de poucas plantas. Essa espécie já foi extinta em outros lugares", alerta Coradin.

A preservação e o uso sustentável de parentes silvestres das plantas cultivadas e suas variedades crioulas é um compromisso assumido pelos países, como o Brasil, que assinaram a Convenção sobre Diversidade Biológica. Alguns dos principais obstáculos para a conservação desses recursos biológicos são a destruição dos ambientes naturais e a introdução de espécies exóticas invasoras.

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