O Ministério do Meio Ambiente vai disponibilizar na internet a íntegra da publicação "Parentes Silvestres das Espécies de Plantas Cultivadas", lançada em março, durante a 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, em Curitiba. O material, que estará no site www.mma.gov.br a partir do dia 15, apresenta um mapeamento dos parentes de sete das principais plantas cultivadas no Brasil. Essa é a primeira publicação de uma série que o ministério planeja publicar.
As culturas do algodão, do amendoim, do arroz, da abóbora, da mandioca, do milho e da pupunha foram desenvolvidas a partir de espécies silvestres que nasceram na natureza. É a partir delas que são selecionadas as plantas cultivadas. Chamadas de parentes silvestres, essas espécies constituem um importante patrimônio, já que desenvolveram resistência para sobreviver à seleção natural.
É justamente em função dessa resistência que ganham destaque. Os pesquisadores recorrem aos parentes silvestres para encontrar soluções para pragas ou doenças que afetam as plantas cultivadas.
A publicação também destaca a importância das espécies crioulas, aquelas que resultam da seleção natural e do manejo de comunidades tradicionais. O processo de cultivo das espécies crioulas garantiu a elas especificidades genéticas capazes de transformá-las em relevante fonte de pesquisa.
Os parentes silvestres das plantas cultivadas e suas variedades crioulas constituem os recursos biológicos, cuja conservação e uso sustentável é compromisso assumido por países como o Brasil, que assinaram a Convenção sobre Diversidade Biológica. A destruição dos ambientes naturais e a introdução de espécies exóticas invasoras, que contaminam as espécies silvestres, correspondem, portanto, a um obstáculo importante na preservação desse patrimônio.
A preservação dos parentes silvestres e espécies crioulas é complexa no Brasil, segundo a publicação. Atividades econômicas brasileiras depende de espécies exóticas. É o caso da cana-de-açúcar da Nova Guiné, do café da Etiópia, do arroz das Filipinas, entre outras. Criação de programas de pesquisa e estímulos para a geração de conhecimento são duas medidas apontadas como forma de conter a degradação sobre os recursos biológicos do país.
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