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Marina Silva abre feira de produtos sustentáveis

A ministra Marina Silva inaugura neste sábado (25) uma feira de produtos sustentáveis na COP-8. A mostra apresentará resultados concretos de projetos financiados pelo governo federal, em parceria com instituições nacionais e internacionais.
Publicado: Quarta, 22 Março 2006 21:00 Última modificação: Quarta, 22 Março 2006 21:00

Gisele Teixeira

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, inaugura no próximo sábado (25), às 13h, a feira de produtos sustentáveis, que ficará montada no ExpoTrade, em Curitiba, até o final da 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-8), dia 31 de março. A mostra reúne 50 expositores, que apresentarão resultados concretos de projetos financiados pelo governo federal, em parceria com diversas instituições nacionais e internacionais.

A exposição é uma oportunidade de os delegados que participam da Convenção conhecerem produtos brasileiros que utilizam a biodiversidade de forma sustentável. Todas as regiões do País participam do evento, com produtos como sabonetes feitos de óleos essenciais, artesanato em geral, móveis rústicos, artefatos indígenas, bolsas e acessórios em látex, cestaria, palmito de açaí e pupunha, mel, polpa de frutas, geléias, condimentos e carnes silvestres, entre outros.

O Centro de Tecnologia Agroecológica de Pequenos Agricultores (Agrotec), de Goiás, apresentará o projeto de produção e comercialização de produtos agroextrativistas, desenvolvido no município de Diorama. A iniciativa produz e comercializa plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos. Já são mais de 40 composições desenvolvidas em laboratório para resolver problemas de 22 doenças de saúde básica, com preços competitivos frente aos medicamentos alopáticos (10 % a 15% mais baratos que os genéricos). O Agrotec recebeu apoio técnico da Landwehr Apotheke (farmácia fitoterápica/Alemanha) e Fundação Oswaldo Cruz (RJ) e apoio financeiro do Ministério do Meio Ambiente, Governo de Goiás, Instituto Sociedade População e Natureza, Fundo para o Meio Ambiente Mundial (ISPN/PPP/GEF) e FUNBIO.

Do Norte, por exemplo, um dos destaques são os produtos da Associação Vida Verde da Amazônia (Avive). A entidade reúne mulheres da ilha de Silves, um dos menores municípios do Amazonas, com menos de 7 mil habitantes, a 300 km de Manaus. Elas exploram espécies aromáticas nativas como alternativa econômica. Os produtos - sabonetes, velas e incensos - são 100% naturais e feitos à base de óleos como andiroba, pau-rosa, copaíba e cumaru. O projeto é financiado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), agência de cooperação técnica GTZ , Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e WWF.

Os moradores da Floresta Nacional do Tapajós (PA) irão expor as bolsas e mochilas feitas com couro ecológico, que mistura látex e tecido de algodão, que já são exportadas para diversos países. Os produtos são resultado do Projeto de Apoio ao Manejo Sustentável na Amazônia (ProManejo), executado pelo Ibama, com financiamento do GTZ, do banco alemão KfW e da RFT (Banco Mundial). A utilização do látex para produção do couro ecológico e sua transformação em peças confeccionadas na própria comunidade é uma forma de agregação do valor à matéria prima regional.

A Caatinga marcará presença com oito projetos. Um dos destaques é o trabalho desenvolvido pela Associação dos Moradores de Cacimbas, do município de cearense de Jardim, que beneficia óleo de Pequi e outros produtos derivados. A iniciativa conta com recursos do GEF Caatinga, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e é executado pelo MMA. Os agricultores se beneficiam do Programa Fome Zero, por meio da compra antecipadas das mercadorias por parte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Outro trabalho interessante vem de Conceição das Crioulas, pequena comunidade no Pernambuco com cerca de quatro mil remanescentes de quilombos. O artesanato - confeccionado com barro, caroá (planta nativa do sertão), palha e imbira - está entre as principais fontes de renda da população. Cada peça produzida conta a história e reafirma a identidade étnica de seu povo. Serão expostas bolsas, tapetes, toalhas e painéis.

A feira de produtos sustentáveis fica aberta ao público das 11h às 21h, nos dias de semana, e das 13h às 22h, aos sábados e domingos.

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