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Avanços em agrobiodiversidade são apresentados na COP-8

Publicado: Terça, 21 Março 2006 21:00 Última modificação: Terça, 21 Março 2006 21:00
Gisele Teixeira

Os recentes avanços da Iniciativa Internacional para a conservação e o Uso Sustentável dos Polinizadores (IPI), coordenada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), serão apresentados nesta quarta-feira (22) durante evento paralelo à 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-8), em Curitiba. O Ministério do Meio Ambiente lançará três publicações sobre o tema, entre elas o livro Bees as Pollinators in Brazil, que apresenta o status do trabalho no País e sugere as melhores práticas para conservação das abelhas como agentes polinizadores.

A agrobiodiversidade é a relação entre biodiversidade e agricultura - inclui desde serviços genéticos, como as variedades crioulas e parentes silvestres de plantas e animais domesticados, até os componentes que mantêm serviços ambientais importantes, como bactérias que fixam nitrogênio, fungos que ajudam as raízes das planta a absorverem nutrientes e abelhas polinizadoras.

Braulio Dias, gerente do Programa de Conservação da Biodiversidade do MMA, explica que a IPI é apenas uma das iniciativas que o Brasil lidera na área de agrobiodiversidade. "A idéia foi proposta pelo País em nível internacional, aceita pela CDB, e é um exemplo concreto de manejo dos chamados serviços ecológicos e ambientais", explica.

A polinização passa por uma crise mundial. Pesquisadores dizem que, embora este seja um "serviço ambiental relevante", tem recebido pouca atenção nos processos de manejo agrícola ou nas ações conservacionistas. O desmatamento e o uso excessivo de pesticidas têm contribuído para o declínio de agentes polinizadores. Seu déficit nos ecossistemas resulta em perdas de produtividade e de qualidade na agricultura e, a longo prazo, pode resultar em crise também na produção de alimentos. Cerca de três quartos das plantas agrícolas e farmacêuticas, por exemplo, dependem hoje da polinização, cujo valor global é estimado entre US$ 65 a 70 bilhões.

O Brasil também está apresentando na COP-8 os avanços da Iniciativa para Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade dos Solos, liderada pela Embrapa, e lançando uma outra proposta, chamada Iniciativa Biodiversidade para Alimentos e Nutrição, que pretende fazer uma ponte entre as áreas ambiental e social.

"O resgate do valor nutricional dos produtos, aliado à agricultura familiar e à proteção da biodiversidade, é considerado fundamental nas políticas integradas que os países podem adotar no combate à fome. Todas os ministérios brasileiros possuem ações para inclusão social, o que coloca o país numa posição de destaque no debate do tema", afirma o diretor do Programa Nacional da Conservação da Biodiversidade (Probio), Paulo Kageyama.

O MMA também apresentou na COP-8 os Centros Irradiadores de Manejo da Agrobiodiversidade (Cima), uma parceria do MMA e Incra para estimular famílias assentadas a praticar atividades agrícolas sustentáveis. Eles já estão implantados em mais de dez estados e nasceram com o objetivo de preservar as variedades de sementes crioulas, espécies tradicionais de milho feijão e mandioca, cultivadas por agricultores familiares, comunidades indígenas e quilombolas.

De acordo com os técnicos, as espécies crioulas têm grande variabilidade genética e são melhoradas pelas comunidades e adaptadas às suas condições socioculturais e ambientais. A adaptação das sementes ao clima local garante maior produtividade. Os centros também incentivam a produção de plantas para uso medicinal, a criação de animais domésticos e práticas de agroextrativismo.

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