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Cientistas discutem como aumentar conhecimento sobre biodiversidade

Publicado: Quarta, 15 Março 2006 21:00 Última modificação: Quarta, 15 Março 2006 21:00

Gisele Teixeira

Cientistas dos cinco continentes estão reunidos em Curitiba para o seminário Biodiversidade - A megaciência em foco. O evento, apoiado pelo Ministério do Meio Ambiente, tem como objetivo unir esforços para responder a três perguntas
cruciais que ainda não têm respostas: quantas espécies habitam os ecossistemas da Terra, onde estão distribuídas e como se relacionam umas com as outras? 

"A solução para estas questões está na informação. Nessa linha, um dos passos fundamentais é aumentar as coleções científícas, que são a documentação básica da biodiversidade", afirmou Bráulio Dias Ferreira, gerente de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Ele explicou que essas coleções têm como principal objetivo armazenar, preservar e ordenar o acervo de espécimes que representam a diversidade
biológica de uma determinada área.

O seminário, que tem a colaboração de 40 intituições internacionais e conta com a presença de diretores dos principais museus naturais do mundo, segue até o dia 19 e é preparatório para a 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológia (COP-8), que tem início no próximo dia 20 de março, em Curitiba. A organização é da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Academia Brasileira de Ciências (ABC),  União Internacional de Ciências Biológicas (IUBS) e Associação Memória Naturallis (AMNAT).

Presidente da Associação Memória Naturallis (ANMAT), rede de museus de história natural e instituições brasileiras que possuem acervos socioambientais, Leandro Salles também defende que "sistematizar a biologia é fundamental para o entendimento da biodiversidade e sua preservação". Mas acrescenta que isso depende não apenas do aumento das coleções como também da melhora do conhecimento sobre as espécimes já depositadas nos acervos.

Este é um desafio ainda maior para o Brail, uma vez que as principais coleções sobre a fauna e flora brasileiras estão no exterior, especialmente na Europa e, em alguns casos, nos Estados Unidos. "Nessa reunião queremos fazer com que os países detentores dos grandes bancos de dados se comprometam a trabalhar em conjunto com os países megadiversos e, em parceria, possamos definir metas prioritárias de estudo", explicou.

Peter Toledo, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), enfatizou que o seminário vai ajudar a organizar esse esforço e levar as conclusões para os tomadores de decisão. "Há necessidade de que os
cientistas discutam e definam suas prioridades para que os governos de todos os países consigam utilizar a ciência como pano de fundo para o estabelecimento de políticas públicas", afirmou. As principais conclusões serão apresentadas em um evento paralelo à COP-8.  "Estamos trazendo a biodiversidade como megaciência e a gente espera que a palavra dos cientistas seja levada em consideração", acrescentou.

No Brasil, Toledo informa que as áreas para pesquisa são aquelas na eminencia de sofrer perda total, como a Mata Atlântica, parte do Cerrado e regiões endêmias na Amazônia "que são as menos representadas, por
coincidência, nas coleções brasileiras".

O seminário foi dividido em três workshops. O primeiro deles, Biodiversidade e Sistemática, possui cinco sessões de trabalho. Entre os assuntos  tratados está a biodiversidade marinha, uma área ainda muito carente
de pesquisas. Para este tema um dos palestrantes convidados é Philippe Bouchet, biólogo do Museu Nacional de História Natural (Paris) e um dos principais especialistas sobre o assunto no mundo. Também em pauta, os
inventários brasileiros e as coleções da América Latina. Os outros dois workshops são Repartição de Benefícios e Bioética e Sustentabilidade.

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