Gisele Teixeira
Os ministérios do Meio Ambiente do Brasil e da Alemanha promovem, de 24 a 28 de outubro, em Crato, no Ceará, o seminário Conservação e Uso Sustentável em Áreas Protegidas e Corredores: uma contribuição para a superação da pobreza nos biomas Caatinga e Cerrado. O objetivo é definir estratégias públicas para o uso sustentável dos biomas e também as recomendações que serão levadas para a 8 ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, a ser realizada pela primeira vez no Brasil, de 21 a 30 de março de 2006, em Curitiba.
O evento terá início oficial na segunda-feira à noite, com a participação, pelo lado brasileiro, da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do secretário de Biodiversidade e Florestas, João Paulo Capobianco. A Alemanha será representada por seu embaixador no Brasil, Prot von Kunow, e por Axel Benemann, membro do ministério do Meio Ambiente alemão.
O diretor do Programa Nacional de Conservação da Biodiversidade do MMA, Paulo Kageyama, informa que o seminário irá apresentar estratégias bem sucedidas de manejo sustentável dos biomas, sistemas agroflorestais e uso de plantas medicinais, entre outras experiências, inclusive com visitas de campo a Área de Proteção Ambiental (APA) do Araripe e comunidades extrativistas da Floresta Nacional do Araripe. "Também iremos enfocar como os produtores locais podem contribuir para a criação de corredores ecológicos, estratégia bem sucedida de conectividade entre unidades de conservação", afirma Kageyama.
O seminário irá abordar, ainda, os potenciais econômicos dos biomas e a atual situação dos investimentos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, do inglês Global Environment Facility) na Caatinga e Cerrado. O GEF Caatinga receberá US$ 4,1 milhões, apenas na sua primeira fase, até 2007, para estimular o desenvolvimento econômico e social sustentável e a conservação do bioma em 160 municípios de nove estados do Semi-Árido. Já o GEF Cerrado tem US$ 27 milhões de doação, até 2012.
A cidade do Crato está localizada na região do Araripe e foi escolhida para sediar o evento por ter uma vegetação caracterizada por fisionomias de Caatinga e também de Cerrado. Cerca de 80 pessoas devem participar do seminário, principalmente agricultores da região, pesquisadores e representantes de organizações não-governamentais.
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