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Simpósio discute sobre espécies exóticas invasoras no Brasil

O Ministério do Meio Ambiente abre nesta terça-feira, às 19h, no auditório do Parlamundi, o 1º Simpósio Brasileiro de Espécies Exóticas Invasoras, consideradas como a segunda maior causa de impacto na biodiversidade no mundo.
Publicado: Segunda, 03 Outubro 2005 21:00 Última modificação: Segunda, 03 Outubro 2005 21:00
Gerusa Barbosa

O Ministério do Meio Ambiente abre nesta terça-feira, às 19h, no auditório do Parlamundi, o 1º Simpósio Brasileiro de Espécies Exóticas Invasoras, consideradas como a segunda maior causa de impacto na biodiversidade no mundo. O encontro, que reunirá cerca de 500 participantes, entre especialistas brasileiros e do exterior, tem como objetivo discutir propostas para uma política pública sobre o tema e apresentar um diagnóstico da situação das espécies invasoras no país.

De árvores a microorganismos, as espécies exóticas invasoras trazem prejuízos à economia, à diversidade biológica, à agricultura e à saúde. Segundo o Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica, desde 1600 as espécies exóticas invasoras têm contribuído com até 39% para extinções de animais. Levantamento realizado nos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Índia, África do Sul e Brasil indica que mais de 120 mil espécies de plantas, animais e microorganismos já teriam invadido esses países. Com base nesses dados, estima-se que mais de 480 mil espécies já foram introduzidas nos diversos ecossistemas da terra. Dessas, considera-se que entre 20 e 30% são pragas com grande potencial de causar problemas ambientais.

As perdas econômicas nesses países decorrentes das espécies invasoras nas culturas, pastagens e florestas chegam a US$ 230 bilhões ao ano. Os danos ambientais anuais nesses países ultrapassam a US$ 100 bilhões. Em seu conjunto, os prejuízos chegam a US$ 240 por habitante a cada ano.

De acordo com o diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Paulo Kageyama, a idéia é elaborar um programa nacional para controle dos diferentes tipos de organismos. Até agora só existem ações e planos para questões pontuais, como o mexilhão dourado, água de lastro, javali do sul. Pretende-se com o encontro receber propostas da comunidade científica para criarmos ação pública para o problema causado pelas espécies invasoras, informou.

Segundo Kageyama, o pinus (pinheiro do Sul) é um dos principais invasores de ecossistema no mundo. No Brasil, a planta é encontrada no estado do Paraná. A espécie, comercial, espalha suas sementes a centenas de distância, invadindo e multiplicando-se em áreas de campos e em unidades de conservação, contribuindo para extinção das espécies nativas.

O Ministério do Meio Ambiente, por meio do ProBio (Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira), está concluindo a elaboração do Informe Nacional sobre Espécies Exóticas Invasoras no Brasil. O estudo trará uma listagem desse organismos e os impactos causados por eles na agricultura, pecuária, no mares e na saúde. Além disso, o documento apontará quais ações serão necessárias para prevenir, controlar e erradicar o problema. Os resultados da pesquisa serão divulgados até o fim do ano.

O evento, que segue até o dia 7, conta com parceria do Ibama, Fundação Osvaldo Cruz, Embrapa, Instituto Hórus, Instituto de Oceanografia da USP, Universidade de Viçosa, Ministérios da Agricultura, Saúde, Polícia Federal, Infraero, Marinha do Brasil; Itaipu binacional; Antaq, Anvisa, Banco do Brasil; Banco Real; Unibanco, HSBC, Basa e Banco do Nordesde do Brasil.

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