Aldem Bourscheit
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou hoje de encontro com educadores da estratégia de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) do Banco do Brasil, em Brasília. Durante sua palestra, a ministra destacou que o desafio dos educadores é auxiliar as comunidades a encontrarem soluções para seu desenvolvimento social e econômico com base nas possibilidade de cada região.
Além disso, conforme Marina Silva, essas soluções não podem ser apresentadas pelos educadores, mas sim elaboradas em conjunto com as comunidades. Ser paternalista ou provedor de recursos não é uma solução duradoura. É preciso avaliar como se pode contribuir para o crescimento e a recuperação da autoestima das populações menos favorecidas, disse.
De acordo com a ministra, a base do desenvolvimento sustentável está no conceito de que é necessário reavaliar nossos modos de produção e consumo para que não comprometam as possibilidades das gerações futuras. No entanto, ao longo do tempo a sociedade teria descartado o sentimento de processo para a evolução da raça humana. Tudo é muito imediatista, disse. Segundo Marina Silva, é preciso que se construa a partir de agora, no presente, a sociedade que se quer no futuro. Estamos sacrificando riquezas ambientais de milhares de anos pelo lucro de algumas décadas.
Marina Silva citou, ainda, a importância do Protocolo Verde, com o qual os bancos podem exigir licenciamento ambiental para a aprovação de financiamentos para obras e outros empreendimentos. Grande parte da floresta amazônica foi derrubada ilegalmente com financiamentos bancários. Para a ministra, esse modelo precisa acabar. A sociedade não pode continuar financiando a destruição ambiental com o pagamento de impostos, disse.
Conforme informações do Banco do Brasil, a estratégia DRS já teria chegado a 642 municípios das regiões Norte, Nordeste, nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e na Bacia do Rio Itabapoana. Cerca de 42,5 mil famílias estão envolvidas. O trabalho prevê a elaboração de diagnósticos e de planos de negócios, que orientam o desenvolvimento da produção. Mais de 200 planos já teriam sido aprovados, envolvendo R$ 110 milhões em crédito para custeio, investimento e capital de giro.
Os empreendimentos apoiados têm como base as vocações locais e respeitam o tripé da sustentabilidade, devem ser economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos, além de observar a diversidade cultural. A maioria das atividades até agora identificadas estão ligadas ao agronegócio, a exemplo das cadeias da apicultura, mandiocultura, ovinocaprinocultura, açaí, cupuaçu, feijão caupi, biodiesel e pesca artesanal. Outras referem-se ao comércio, serviço e indústria de artesanato, turismo e reciclagem, entre outros.
O secretário de Desenvolvimento Sustentável do MMA, Gilney Viana, também participou do encontro. Mais informações sobre o DRS em www.brasil.gov.br/emquestao/eq336.htm
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