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Desmatamento na Amazônia foi de 26.130 quilômetros quadrados entre 2003 e 2004

Índice é projeção do Inpe feita a partir de 103 imagens que cobrem 93% da área onde se concentra a derrubada da floresta, na região do chamado Arco do Desflorestamento.
Publicado: Terça, 17 Maio 2005 21:00 Última modificação: Terça, 17 Maio 2005 21:00

Aldem Bourscheit

Brasília (DF) - O governo federal divulgou hoje os novos índices de desmatamento na Amazônia. Entre 1º de agosto de 2003 e 1º de agosto de 2004, a floresta perdeu outros 26.130 quilômetros quadrados. A área é semelhante a do estado de Alagoas. O número é uma projeção do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) feita a partir de 103 imagens de satélite, cobrindo 93% da área onde se concentra a derrubada da floresta, na região do chamado Arco do Desflorestamento. Para chegar ao índice, o Inpe compensa as áreas cobertas por nuvens, por exemplo. "Preferimos errar para mais", explicou Gilberto Câmara, especialista em geoinformação do instituto. A margem de erro do índice é de 5%. O valor final será divulgado até o fim de 2005.

Os estados que mais desmataram a Amazônia, foram Mato Grosso e Rondônia. De acordo com os dados do Inpe, Mato Grosso seria responsável por 48% do desmatamento no último período. Nesses mesmos estados estão os municípios que mais desmataram. Em Paranaíta, no Mato Grosso, o desflorestamento verificado cresceu 137%, passando de 88 para 209 quilômetros quadrados, enquanto que em Jacareacanga, no Pará, houve um incremento de 688% na derrubada da floresta em relação a 2003, passando de 15 para 118 quilômetros quadrados.

No entanto, em outros estados da Amazônia, houve redução nas taxas de desflorestamento. As estimativa do Inpe mostram que o Pará diminuiu o desmatamento em 2%, o Amazonas, em 39%, o Acre, em 18%, o Maranhão, em 26%, e o Tocantins, em 44%. Roraima não registrou desflorestamento entre 2003 e 2004. De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a redução no desmatamento é fruto de ações do Governo Federal já em andamento, e  também deverá ser verificada no Mato Grosso e Rondônia, no próximo período. "A projeção é muito alta, mas nosso esforço é para combater esse problema de forma estruturante, com ações duradouras e efetivas, envolvendo todos os setores produtivos", disse.

Desde 2003, o Governo Federal desenvolve uma série de ações para direcionar o desenvolvimento da Amazônia para um modelo mais sustentável. No primeiro ano, houve um aumento de 68% em grandes operações de fiscalização e uma elevação de 54% no total de infrações cadastradas pelo Ibama. Em 2004, começaram as operações integradas entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ministério do Trabalho e Exército. Além disso, houve um incremento 83% nas infrações registradas, apreensão de 73 mil metros cúbicos de madeira e a instalação de seis das 19 bases previstas para combate ao desmatamento. "Vamos intensificar as ações de combate ao desmatamento ilegal nas regiões mais críticas", disse Marina Silva.

Este ano, além de dar continuidade aos esforços em andamento, o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama já apreenderam 52 mil metros cúbicos de madeira e continuam a instalação das bases na Amazônia. Outras iniciativas apontadas pela ministra Marina Silva para frear o desmatamento ilegal na Amazônia são o Plano BR-163 Sustentável e o Projeto de Lei sobre Gestão de Florestas Públicas. "Temos que criar uma cultura onde as atividades produtivas, de todos os setores, sejam sustentáveis. Isso é imprescindível para o futuro da região", disse.

O Governo Lula também registra um recorde na criação de áreas protegidas, com 7,7 milhões de hectares em novas reservas de proteção integral e uso sustentável na Amazônia, desde 2003. Desse total, 5,5 milhões de hectares estão no Pará. Além disso, 8,2 milhões de hectares estão sob "limitação administrativa" no Pará, na região da rodovia BR-163. Estão sendo feitos estudos para a criação de novas reservas nessa região. Até o fim de 2006, o governo espera criar uma "barreira" ao avanço desordenado da fronteira agrícola e do desmatamento na Amazônia.

Hoje também foi divulgado o desmatamento revisado pelo Inpe para 2002-2003, estimado em 23.750 quilômetros. Os novos dados do instituto mostram que foram desmatados 24.597 quilômetros quadrados naquele período.

Deter - Marina Silva anunciou, ainda, que este ano o combate ao desmatamento na Amazônia poderá se tornar mais ágil com a efetivação do Deter. O novo sistema utiliza imagens do satélite Modis, que faz varreduras mais freqüentes na Amazônia. Com isso, a fiscalização e o combate ao desflorestamento poderão acontecer antes que grandes áreas de floresta sejam derrubadas. Com o Deter, já foi possível verificar um desmatamento de 3,2 mil quilômetros quadrados no Mato Grosso, entre dezembro de 2004 e abril deste ano.

Também participaram do anúncio do desmatamento na Amazônia os ministros da Integração Nacional, Ciro Gomes, e da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, o subchefe de Ação Governamental da Casa Civil, Johannes Eck, o presidente do Ibama, Marcus Barros.

Confira os dados em
www.mma.gov.br/doc/desmatamento2003_2004.pdf

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