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Reunião criou associação e tirou dúvidas dos moradores da resex

Publicado: Domingo, 13 Fevereiro 2005 22:00 Última modificação: Domingo, 13 Fevereiro 2005 22:00

A reunião realizada na última sexta-feira e no sábado (dias 11 e 12) em Carmelino, a três horas de barco de Porto de Moz, dentro da Resex Verde para Sempre, serviu para a criação da Associação dos Moradores da Reserva. Serviu também para que o governo federal tirasse dúvidas da população e informasse sobre ações e investimentos na área. A reunião foi apoiada pelo Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa/MMA) e Funbio.

Durante o encontro, a ministra Marina Silva anunciou que este ano serão destinados R$ 22 milhões para a implementação da reserva extrativista. Apenas o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama estão investindo mais de R$ 5 milhões no primeiro semestre para garantir a implantação da área protegida e os direitos das populações tradicionais. E o Incra repassará R$ 3,7 milhões para quinhentas famílias (R$ 7,4 mil para cada família) até junho. Esses recursos servirão para melhorias nas casas e compra de equipamentos para qualificar a produção. A previsão é de que todas as 2,5 mil famílias da reserva sejam atendidas em até dois anos. O Incra e o Ministério da Justiça providenciarão a emissão de documentos de identidade e de certidões de nascimento para que todas as famílias possam receber os recursos.

Conforme o presidente do Incra, Rolf Hackbart, esses investimentos só foram possíveis com a criação da resex, que é um exemplo de como se obtém renda a partir da preservação ambiental. Segundo ele, a implementação da reserva trará vantagens não só para as populações que nela vivem, mas também para Porto de Moz. "O comércio vai aquecer e a arrecadação do município crescerá. Mas se os comerciantes aumentarem os preços, as compras serão feitas em outro local", advertiu.

Para auxiliar no combate ao desmatamento ilegal, às queimadas e outros crimes na região, está sendo montado um posto avançado do Ibama e do Exército na região, equipado com rádio, barracas e embarcações. O posto estará em contato permanente com a Base de Altamira, na qual foram aplicados mais de R$ 1 milhão em equipamentos. Com o trabalho conjunto do posto avançado e do Centro Nacional de Populações Tradicionais (CNPT/Ibama), será realizado um levantamento socioambiental e será garantida a segurança dos cerca de seis mil moradores da reserva. O custo para operação do posto está estimado em R$ 500 mil por ano.

As operações de fiscalização conjuntas do Ibama e do Exército serão intensificadas e contarão, inclusive, com monitoramento aéreo e por satélite. Serão, no mínimo, duas ações a cada mês. A resex está em uma região de conflitos sociais e fundiários e de exploração ilegal de madeira. Nos últimos dias, quatro balsas foram apreendidas transportando madeira ilegal nos rios Jarauçú e Acaraí, próximos à unidade de conservação. "É possível colher árvores como se colhem frutas, mas se isso for mal feito, daqui há alguns anos não sobrará mais nada. Não queremos uma economia de rapina, onde tudo é devastado, deixando a pobreza para quem não pode se mudar", explicou a ministra Marina Silva.

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