Os projetos de cooperação técnica sobre água e clima pactuados entre os países da América do Sul serão apresentados pela delegação brasileira na 56ª Reunião do Conselho da Organização Meteorológica Mundial (OMM) que está sendo realizada em Genebra, Suíça, até o próximo dia 18 . O diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Marcos Freitas e o diretor do Inmet, Antônio Divino Moura, vão representar o Brasil no evento organizado pela OMM, organismo das Nações Unidas para a meteorologia e outras ciências correlatas.
A OMM reúne mais de 185 países e tem como objetivo a troca de informações e experiências sobre o tempo, a água e o clima de acordo com normas internacionais. Além de repercutir em escala mundial os resultados de pesquisas em sua especialidade, auxilia no desenvolvimento de serviços que melhorem o bem estar e a segurança da coletividade, das nações e do próprio planeta.
Segundo o diretor Marcos Freitas, durante a reunião, a ANA vai solicitar maior apoio técnico e logístico para a divulgação dos Programas de Hidrologia e Recursos Hídricos, em especial aqueles do Programa WHICOS (World Hydrological Cicle Observing System) da própria OMM. Este programa tem por função estabelecer uma rede global de monitoramento do ciclo hidrológico em suas diferentes fases, utilizando componentes regionais.
No caso da América Latina, o Brasil apóia, por meio da ANA as iniciativas do AMAZON-HYCOS, que abrange os oitos países que participam da bacia hidrográfica da região Amazônica (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Venezuela, Peru, Guiana e Suriname) e o Prata-HYCOS, este último envolvendo os cinco países que compõem a bacia hidrográfica do Rio Prata (Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai). Setenta por cento da disponibilidade hídrica do continente está nestas duas grandes bacias transfronteiriças da América do Sul.
O Programa WHYCOS é composto de um conjunto de plataformas tecnológicas que visam à implantação de sistemas de monitoramento, tratamento, análise e geração de dados e informações hidrológicas e meteorológicas, com a devida divulgação para a sociedade através de acordo com as nações parceiras. No escopo do programa também estão incluídos outras componentes visando a capacitação e o estudo de casos (secas, cheias e poluição).
No caso do Amazon-HYCOS o programa tem forte apelo quanto à ampliação da sustentabilidade para os diversos usos da água, além de estimular a integração dos paises da bacia Amazônica, possibilitando melhorar a compreensão e a mitigação dos efeitos de mudanças climáticos regionais e globais na Amazônia. No caso do Prata-HYCOS, que envolve os países do Mercosul e dispõe em sua bacia da maior parcela de geração hidrelétrica do continente, tem como maior apelo a integração das ações de uso e gestão de recursos hídricos, em especial quanto ao maior conhecimento das conseqüências das ações antrópicas numa bacia fortemente urbanizada, além do monitoramento hidrometeorológico e do incremento das relações técnico-científicas na região.
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