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MMA cria centro para resgatar variedades crioulas

Publicado: Quinta, 27 Maio 2004 21:00 Última modificação: Quinta, 27 Maio 2004 21:00

O Ministério do Meio Ambiente aprovou hoje a criação e a implantação, ainda este ano, de um Centro de Resgate e Conservação de Variedades Crioulas, para culturas como feijão, milho e mandioca, na região do Pontal do Paranapanema (SP). Inicialmente vão ser contempladas 250, das cerca de 6 mil familias de agricultores assentados pela reforma agrária na região.

Variedades crioulas são aquelas que ainda não foram modificadas, seja pela biotecnologia ou por outros processos de melhoramento. O resgate de técnicas tradicionais e de materiais genéticos adaptados a determinadas regiões visa oferecer aos agricultores familiares uma alternativa ao monopólio das sementes, exercido por poucas empresas. A iniciativa procura também recuperar a cultura camponesa, restabelecer uma nova relação do produtor com a terra, com as manifestações étnicas e festejos, além de envolver também uma valorização dos processos educacionais.

A agricultura familiar representa mais de 60% da produção dos alimentos básicos da população brasileira e ocupa 14 milhões de pessoas. Os pequenos estabelecimentos representam 75% das propriedades rurais, 25% das terras cultivadas e geram 35% da produção agrícola nacional. Apesar disso, não existe hoje nenhum sistema de produção de sementes que atenda ao pequeno produtor. O Centro deverá preencher essa lacuna, buscando ao mesmo tempo incrementar a autonomia e a segurança alimentar dos agricultores familiares e de toda a população. Fundamentado no cultivo orgânico, tem como meta a produção de alimentos mais saudáveis e acessíveis.

Segundo o Secretário de Biodiversidade e Florestas, João Paulo Capobianco, que participou da reunião realizada no MMA, a agrobiodiversidade é uma das prioridades assumidas pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que apóia totalmente a iniciativa no Pontal do Paranapanema.

O Centro de Sementes vai ser implantado inicialmente com recursos do ministério, que tem na coordenação do projeto os professores Paulo Kageyama, diretor de Conservação da Biodiversidade, e Rubens Nodari, gerente de Recursos Genéticos. Participaram também da reunião e serão parceiros da iniciativa o Incra, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e o Ibama de Presidente Epitácio (SP).

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