O Ibama é contra o uso de tilápias como iscas vivas para a a pesca do bonito nas regiões Sul e Sudeste e deve negar os pedidos de pesquisa nesse sentido. A decisão tem como objetivo evitar que a espécie, originária da África, acabe com peixes nativos e prejudique a pesca, como ocorreu em várias regiões. A tilápia deverá ser proibida em águas estuarinas, lagunares e na zona costeira do país devido aos seus efeitos genéticos e ecológicos negativos.
Segundo estudos científicos, a introdução de peixes exóticos pode ser irreversível. As tilápias chegam a devorar os alevinos de outras espécies, a ponto de comprometer os estoques pesqueiros de uma região. A principal preocupação do Ibama é com a tainha, cuja pesca desenvolvida em pequena escala (artesanal) poderia se acabar com a introdução das tilápias.
Em Laguna de los Patos, na Venezuela, constatou-se que em 12 anos houve a drástica redução de 22 para apenas 10 espécies de peixes. O desequilíbrio foi causado pela introdução da tilápia. O peixe também provocou estragos semelhantes no sul dos Estados Unidos, no Havaí, na Nova Guiné e nas Ilhas Caroline.
O desaparecimento de espécies nativas, envolve uma rede de consequências ambientais. "Cada espécie tem uma determinada função no meio ambiente e se essas funções deixam de ser cumpridas, todo o ecossistema pod entrar em colapso", disse José Dias, coordenador-geral de Gestão de Recursos Pesqueiros do Ibama. Segundo ele, os estudos científicos existentes são suficientes para sermos prudentes em relação ao assunto".
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