A adoção de um Plano Regional de Ação Estratégica para Controle e Gestão da Água de Lastro de Navios e de Espécies Aquáticas Invasoras começou a ser discutida hoje, em Brasília, por representantes de governos do Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile e Colômbia. Uma das propostas que será apresentada amanhã é a de normatizar a forma de controle no Mercosul. Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai enfrentam atualmente um problema grave com a invasão do mexilhão dourado (Limnoperna fortunei).
O mexilhão foi encontrado pela primeira vez na Bacia do Prata, em 1991. Sete anos depois, em 1998, já se alastrava na região do Delta do Jacuí, em Porto Alegre (RS). Desde então, tem causado sérios problemas principalmente para as empresas de saneamento e hidrelétricas. Segundo relatos apresentados hoje, a hidrelétrica de Yacereta, no Paraguai, terá que fazer uma obra de reengenharia em todo o sistema por causa do entupimento dos dutos, provocado pelos mexilhões. No local já foram detectadas concentrações de até 180 mil mexilhões por metro quadrado. No Brasil, a maior concentração encontrada é de 40 mil moluscos por metro quadrado.
De acordo com informações apresentadas pela delegação da Argentina, naquele país foi descoberto recentemente um outro molusco invasor. O Rapana venosa, assim como o mexilhão dourado, é originário da Ásia e também chegou a região transportado na água de lastro de navios de carga.
O objetivo do encontro regional, que termina quarta-feira é unir esforços na busca de solução para o que se apresenta como um grave problema para o meio ambiente, a economia e a saúde.A água usada para dar equilíbrio e estabilidade aos navios sem carga transporta espécies aquáticas como algas tóxicas, espécies patogênicos, como o vibrião colérico, e exóticas, como o mexilhão dourado. Também participam dos debates representantes da Organização Marítima Internacional (IMO) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
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