A pobreza, a desigualdade social e a degradação ambiental continuam sendo os principais obstáculos rumo ao desenvolvimento sustentável na América Latina e Caribe. A informação consta do GEO América Latina e Caribe: Perspectivas para o Meio Ambiente 2003 (GEO ALC 2003), apresentado hoje, em Brasília, pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O relatório é resultado de uma pesquisa realizada ao longo de mais de dois anos em colaboração com o Observatorio de Desarrollo da Universidade da Costa Rica (São José) e com a contribuição de outras seis organizações técnicas e acadêmicas da região, inclusive o Ibama.
Segundo a ministra Marina Silva, o relatório é um diagnóstico preciso e estabelece alguns referenciais para a ação do Pnuma na região. O GEO é uma iniciativa de grande importância e o Ibama tem conduzido com grande qualidade esse processo no nível nacional. Os referenciais desse novo relatório se confundem com as prioridades do Ministério do Meio Ambiente, antecipando uma convergência de interesses temáticos e uma maior possibilidade concreta de apoio para que consigamos exercer, dentro de nossas possibilidades, um papel de liderança regional na área de meio ambiente , disse a ministra.
O relatório avalia o estado do meio ambiente na Améria Latina e Caribe e examina, também, as condições dos ecossistemas e da população e analisa as respostas às políticas para combater a degradação dos recursos naturais.
O GEO ALC 2003 mostra que a agenda ambiental está mais presente desde a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, em 1972. Mas revela, também, que a deterioração ambiental piorou significativamente nos últimos 30 anos em áreas críticas. Os pricipais efeitos são a perda de florestas e de biodiversidade, degradação do solo e da água, contaminação urbana e aumento do grau de vulnerabilidade humana às mudanças ambientais. Segundo o relatório, em 2003, 225 milhões de pessoas na América Latina e Caribe viviam em condições de pobreza. Isto representa cerca de 44% da população da região, que tem, ainda, a maior desigualdade social do mundo.
O GEO ALC 2003 foi apresentado durante a inauguração do escritório regional do Pnuma em Brasília. Esta representação, juntamente com as recém-inauguradas na China e Rússia, faz parte de um processo de descentralização com o objetivo de reforçar o alcance regional do Pnuma. O escritório irá, também, identificar, definir e desenvolver projetos e atividades que atendam, com maior eficácia, a temas emergentes e às prioridades nacionais de reforço de capacidades e transferência de tecnologias para a adequada gestão ambiental, o estímulo ao desenvolvimento sustentável e o combate à pobreza. O Pnuma tem sido parceiro do Brasil em diversas ações, seja no âmbito nacional, regional ou global, como testemunham os diversos projetos, em todas as unidades deste Ministério, que contam com o apoio do programa , afirmou a ministra Marina Silva.
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