A gerência-executiva do Ibama em Santa Catarina está promovendo uma série de encontros com representantes das Florestas Nacional (Flonas) do estado. O objetivo é discutir estratégias para a recuperação e conservação do bioma Mata de Araucária.
Na maior parte das Flonas catarinenses, existem espécies exóticas que foram plantadas no período do antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), com destaque para o Pinus, remanescente da época do antigo Instituto do Pinho, instituído por Getúlio Vargas. Várias mudanças, no entanto, ocorreram na legislação florestal e na gestão de unidades de conservação, sem que fosse alterada a política de manejo das espécies exóticas e nativas herdadas.
Estes encontros, na capital Florianópolis, estão determinando novos procedimentos para o manejo de espécies exóticas no interior das Florestas Nacionais de Santa Catarina, e definindo ainda diretrizes para a sua comercialização. O que se pretende é a gradual substituição do Pinus por espécies nativas, especialmente pela Araucária, o pinheiro brasileiro.
Para tanto, ficou acordado que as Flonas deverão cumprir algumas condições, como: realizar levantamento e/ou inventário das áreas plantadas; criar seus respectivos conselhos consultivos (assegurando a contribuição da sociedade); revisar seus Planos de Manejo, levando em conta a necessidade de recuperação das áreas de preservação permanente, a conexão de fragmentos florestais e o controle de espécies invasoras.
Com o objetivo de acelerar e estruturar esse processo, está sendo estudada a criação do Centro de Recuperação e Manejo da Mata de Araucária. Além de coordenar a atuação das Flonas, o Centro promoverá a conservação e uso sustentável do bioma Mata de Araucária, por meio de projetos experimentais e do manejo e difusão de tecnologias que mostrem a viabilidade da exploração econômica desta floresta e suas espécies.
Um grupo facilitador formado pelos Analistas Ambientais Anésio da Cunha Marques (Flona Três Barras), João Arthur Soccal (Flona Chapecó) e Walter Steembock (Flona Caçador) foi instituído para elaborar, num prazo de 30 dias, o projeto de criação do centro, bem como promover uma reunião de trabalho envolvendo vários segmentos da sociedade, de modo a se discutir ações e projetos relacionados com seu objetivo.
Além dos técnicos do Ibama, as discussões contam com a presença do gerente-executivo do Ibama/SC, Luiz Fernando Merico, do representante da Coordenação Nacional de Florestas em Brasília, do representante da procuradoria jurídica do Ibama e de pesquisadores da área.
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