Brasília (DF) - O Brasil será sede da próxima Conferência das Partes (COP8) da Convenção sobre Diversidade Biológica, no primeiro semestre de 2006. A proposta foi apresentada pela ministra Marina Silva durante a 7ª Conferência das Partes, em Kuala Lumpur, na Malásia, e aprovada pela plenária final do evento. Será realizado ainda, após as duas semanas de debates da COP8, um encontro sobre o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança.
A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) foi aprovada em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92), e entrou em vigor em 1993. A CDB tem três objetivos principais: a conservação da biodiversidade; seu uso sustentável; e a repartição justa e eqüitativa dos benefícios resultantes do acesso aos recursos genéticos. O Brasil integra a CDB desde 1994, e pela primeira vez um evento global sobre a Conferência é realizado no país. "A COP8 será extremamente positiva para o Brasil, que é um país rico em recursos naturais com papel fundamental no grupo dos países megadiversos. Além disso, é uma contribuição do país ao debate global sobre a Convenção sobre Diversidade Biológica", salientou Marina Silva.
Nos próximos dias, o Ministério do Meio Ambiente receberá do Secretariado da Conferência das Partes as especificações para a realização do evento, que deverá reunir cerca de três mil pessoas de 200 países. Em seguida, o Governo Federal criará um comitê organizador para a COP8, encarregado de definir o local e o período para realização do encontro. Até o segundo semestre de 2005, o Brasil deverá repassar US$ 500 mil ao Secretariado da Conferência como taxa pela realização do encontro fora de sua sede, no Canadá.
De acordo com o gerente do Programa Nacional de Conservação da Biodiversidade, Bráulio Ferreira de Souza Dias, a COP8 terá grande potencial político para aprovação de importantes iniciativas lançadas pelo Brasil durante a 7ª Conferência, na Malásia. Entre as propostas brasileiras, estão a definição de um regime internacional de repartição dos benefícios do uso da diversidade biológica e o uso equilibrado da biodiversidade para o efetivo combate à fome. "Além disso, será uma grande oportunidade para o Brasil mostrar ao mundo o que está fazendo pela preservação da diversidade biológica e para envolver mais os brasileiros nesse debate global", acredita Souza Dias.
Em 2005, o Brasil também irá sediar uma reunião do grupo dos países megadiversos, que reúne ainda China, México, Índia, Colômbia, Venezuela, Peru, Costa Rica, Equador, África do Sul, Quênia e Indonésia. Estes países possuem cerca de 70% da biodiversidade mundial.
A COP7 se realizou entre os dias 9 e 20 de fevereiro, em Kuala Lumpur (Malásia), e teve como temas principais o papel das áreas protegidas na preservação da biodiversidade, a repartição de benefícios para populações tradicionais e a diversidade biológica em montanhas. Mais de dois mil delegados de 188 países e observadores participam do encontro.
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