O Programa Antártico Brasileiro (Proantar) completa hoje 20 anos de pesquisas científicas numa das regiões mais ricas e frágeis do planeta. O Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia/CNPq e com a Marinha do Brasil, está desenvolvendo no local o projeto ambiental Mudanças Ambientais na Antártica: impacto global e local, que faz o monitoramento do ambiente da região e das mudanças ambientais globais. A equipe que participa do trabalho conta com 250 pesquisadores divididos em 26 grupos de 20 instituições brasileiras e 17 instituições estrangeiras.
Além desse projeto, o Ministério do Meio Ambiente coordena o Grupo de Avaliação Ambiental do Proantar, encarregado de avaliar o impacto das atividades brasileiras no ambiente antártico, uma exigência internacional estabelecida pelo Protocolo de Madri, do qual o Brasil é signatário. Nesses 20 anos de estudos e pesquisas na Estação Comandante Ferraz, os cientistas braliseiros aprofundaram conhecimentos sobre ambientes frios (vida marinha, solo, atmosfera), buscando uma melhor compreensão dos processos que ocorrem naquele continente e seus efeitos sobre o planeta e, em especial, sobre o Brasil.
O Programa Antártico Brasileiro é uma das grandes conquistas nacionais. Os estudos realizados pelos pesquisadores têm colocado o Brasil em evidência na comunidade científica internacional, proporcionando condições ao país de participar das discussões sobre o destino daquele continente. Tem trazido também conhecimentos fundamentais sobre fenômenos naturais que têm origem nas regiões polares e que afetam direta ou indiretamente a nossa população.
Além do interesse sobre o papel da Antártica nas mudanças globais e suas conseqüências para toda a humanidade, também passou a ser motivo de preocupação o impacto das atividades humanas no meio ambiente antártico. O homem está cada vez mais presente naquela região, seja para realizar atividades científicas ou pelo turismo.
Antártica - A Antártica é a maior reserva do planeta, detém 80% da água doce e 90% do gelo, recursos vivos e minerais (inclusive petróleo) incalculáveis. É o continente dos superlativos - o mais frio, mais seco, mais alto, mais ventoso, mais remoto e o mais desconhecido, e um dos principais controladores da circulação atmosférica e oceânica do planeta.
Apesar da aparente ausência de vida nas áreas emersas da Antártica, as comunidades biológicas marinhas são ricas e diversas. Os organismos que vivem nos fundos marinhos, debaixo do gelo, são únicos. A sua grandeza e vastidão, seus valores naturais e agrestes, praticamente intocados pelo homem, constituem em um dos mais importantes patrimônios da humanidade que deve ser preservado.
Por isso a Antártica foi designada como reserva natural, consagrada à paz e à ciência, pelo Protocolo de Madri - Protocolo ao Tratado da Antártica que dispõe sobre a proteção ao meio ambiente.
A Estação - A Estação Comandante Ferraz começou suas atividades em 1984, e contava com oito módulos para abrigar 12 pessoas, entre pesquisadores e pessoal de apoio. Atualmente, a EACF é composta por 63 módulos, entre alojamentos, laboratórios, oficinas, sala de estar, enfermaria, cozinha, biblioteca, paióis, sala de comunicações, ginásio de esportes e um heliponto, perfazendo uma área de aproximadamente 150 m2 de área construída. Possui instalações para abrigar 40 pessoas. Além disso, tem toda estrutura para o trabalho dos pesquisadores, laboratório de biologia, módulos de Ciências da Atmosfera, módulo de Aquários, módulo de Meteorologia, módulo de Ionosfera, módulo de Química, módulo de Triagem, lancha de pesquisa, botes infláveis, microcomputadores e impressoras. A energia elétrica é abastecida por meio de motores diesel-geradores e o abastecimento de água é proveniente de dois lagos de degelo que estão próximos à Estação.
A Estação conta com um Grupo Base constituído por três oficiais e sete praças (sargentos e cabos) da Marinha, pesquisadores e um grupo de manutenção. Possui ainda, um centro de comunicações e uma agência de correios.
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