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Probio incentiva pesquisas sobre polinização

Publicado: Terça, 13 Janeiro 2004 22:00 Última modificação: Terça, 13 Janeiro 2004 22:00

O Ministério do Meio Ambiente irá financiar pesquisas para a elaboração de planos de manejo de uma ou mais espécies polinizadoras nativas (autóctones) associadas a espécies vegetais de interesse sócio- econômico, cultivadas ou de extrativismo. O objetivo é incentivar o uso sustentável e restauração da diversidadede polinizadores na agricultura.As pesquisas atuais apontam o número de espécies polinizadoras potenciais, aquelas que visitam flores, mas não se sabe ao certo quantas efetivamente realizam a função. 

Um edital do Projeto de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade Brasileira(Probio) está disponibilizando recursos no valor de R$ 900 mil para pesquisas em todos os ecossistemas brasileiros. Serão aceitos projetos de até R$ 150 mil para serem concluídos em um ano. As propostas deverão prever a elaboração de um plano de manejo para as espécies polinizadoras; a elaboração de um diagnóstico da relação entre espécies polinizadoras e polinizadas e a difusão dos conhecimentos gerados e das práticas consolidades. Poderão concorrer instituições públicas de pesquisa, instituições públicas ou privadas de ensino e pesquisa sem fins lucrativos e ONGs. O prazo para apresentação de propostas vai até 5 de março e o resultado deve ser divulgado até 30 de março.

A ítegra do edital pode ser obtida no endereço eletrônico: www.mma.gov.br/port/sbf/chm/probio/editais/editais.html.

A polinização é um serviço essencial para o ecossistema que depende principalmente de relações entre espécies: a polinizada e a do polinizador. Em muitos casos a polinização envolve relações complexas entre planta e animal e a redução ou perda de qualquer um dos dois afetará a sobrevivência de ambos.

No Brasil, são conhecidas, aproximadamente, 2000 espécies de abelhas polinizadoras potenciais. O manejo de polinizadores envolve, além de profundo conhecimento sobre a biologia das espécies de polinizadores e polinizadas, a identificação das causas que levaram ao declínio da população de polinizadores e, em conseqüência, da produção das culturas agrícolas e das técnicas disponíveis para que as espécies polinizadoras se recuperem em número e voltem a ocupar áreas onde se distribuíam originalmente.

A diversidade de espécies, inclusive nos cultivos agrícolas, depende da polinização animal. Pelo menos um terço das plantas agrícolas do mundo dependem da polinização fornecida por insetos e outros animais. Outros cultivos são polinizados pelo vento ou produzem frutos sem polinização. Para a sustentabilidade da polinização animal é necessário a existência de recursos para a reprodução e alimentação dos seus agentes, como remanescentes de vegetação natural primitiva.

Nos locais onde os ecossistemas relacionados estão reduzidos ou perdidos, os polinizadores se tornam limitados e é necessária a adoção de práticas de manejo sustentável das espécies para restauração da sua diversidade. Em diversas partes do mundo, a produção agrícola e a diversidade de agro-ecossistemas são ameaçadas pelos declínios das populações de polinizadores. As principais causas para este declínio são a fragmentação de hábitats, as substâncias químicas agrícolas e industriais, os parasitas e doenças e a introdução de espécies exóticas.

A diversidade de plantas silvestres e a variabilidade de plantas cultivadas dependem da diversidade de polinizadores. Embora as abelhas sejam o grupo mais importante de polinizadores, com mais de 25.000 espécies diferentes, morcegos, pássaros, borboletas, mariposas, moscas e besouros também contribuem com este serviço. Algumas plantas recebem visitas de muitos polinizadores diferentes, enquanto outras têm exigências específicas. O mesmo acontece para os polinizadores; alguns são generalistas e outros altamente especializados, como é o caso de espécies de figueiras e vespas que dependem uma da outra para reproduzirem.

Diante desta diversidade de papéis e exigências, a polinização requer investigações detalhadas e, com freqüência, a aplicação de práticas de manejo é complexa. Na maioria dos casos, falta conhecimento sobre as relações exatas entre espécies de plantas e seus polinizadores, que freqüentemente são bastante específicas.

Como ainda existem lacunas de informação no Brasil sobre manejo de polinizadores, o Ministério do Meio Ambiente e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico decidiram apoiar projetos a serem desenvolvidos localmente e que gerem informações, metodologias e práticas sobre o tema.

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