Brasília (DF) - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, lamentou a decisão da Rússia, anunciada hoje, de não ratificar o Protocolo de Kyoto, que obriga os países industrializados a cortarem as emissões de gás carbônico, principal substância associada ao aquecimento do planeta. "O Brasil vai continuar trabalhando para que o Protocolo possa se transformar em uma realidade. É lamentável que os países que têm maior responsabilidade neste processo se recusem a ratificar o texto. A linha do Brasil vai sempre no sentido do constrangimento ético e da liderança pelo exemplo. Quando estamos assumindo internamente no nosso país o compromisso com relação a meios para a redução do desmatamento, estamos fazendo nosso dever de casa. Agora é claro que os países desenvolvidos precisam, necessariamente, honrar seus compromissos", afirmou a ministra.
O anúncio da Rússia foi feito um dia após o início, em Milão (Itália), de uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas. O Protocolo de Kyoto, negociado em 1997 no Japão, estabelece metas para a redução das emissões de poluentes. Em 2012, as emissões deveriam estar oito pontos porcentuais abaixo dos índices de 1990.
Para entrar em vigor, o Protocolo de Kyoto precisa ser assinado por pelo menos 55 países, incluídos os responsáveis por causar 55% de toda a poluição no mundo em 1990. Atualmente 120 países, responsáveis por 44,2% das emissões aderiram ao protocolo. A Rússia responde por 25% das emissões anuais de gás carbônico e abriga apenas 4% da população do planeta.
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