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MMA estuda solução para poluição provocada pela suinocultura em SC

Publicado: Terça, 18 Novembro 2003 22:00 Última modificação: Terça, 18 Novembro 2003 22:00

O Ministério do Meio Ambiente começa a discutir com as empresas exportadoras de carne suína e os produtores rurais da região Oeste de Santa Catarina a adequação das instalações dos chiqueiros às normas ambientais. Uma reunião da ministra Marina Silva com representantes das empresas, dos produtores, dos governos do estado e dos municípios e técnicos da Embrapa e do ministério, em Chapecó (SC), resultou na criação de um grupo de trabalho que definirá critérios e prazo para que os criadores que abastecem os frigoríficos se adaptem a legislação ambiental.

Na terça-feira (18), a ministra Marina Silva visitou o município de Xavantina (SC), considerada a capital dos suínos. O município com cerca de 4.500 habitantes tem um plantel de mais de 20 mil suínos. A criação se espalha por cerca de 900 pequenas propriedades de administração familiar que, por falta de investimento e assessoria técnica, poluem o solo e os rios com os dejetos produzidos pelos porcos. Segundo o prefeito de Xavantina, Elisandro Modesti, a criação de porcos do município produz 1 milhão de litros de dejetos por dia.

Os resíduos ficam armazenados em reservatórios próximos às casas dos produtores e dos rios e córregos, onde acabam sendo jogados sem qualquer tratamento. A utilização como adubo, sem controle, também contamina o solo e o lençol freático, levando à salinização da terra e ao aumento de doenças ligadas à má qualidade da água. De acordo com Modesti, que também é médico, o índice de casos de câncer na região é acima da média e estuda-se a possibilidade da causa ser a contaminação da terra pelo nitrato de sódio, encontrado na urina do porco.

O Ministério do Meio Ambiente, através da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, já está desenvolvendo, na Bacia do rio Ariranha, o projeto piloto de Gestão Ambiental Rural (Gestar) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). O projeto visa a criação de alternativas de desenvolvimento com diversificação da produção para melhorar a qualidade ambiental e de vida na região

No encontro com produtores, a ministra disse que o problema ambiental pode levar ao agravamento do problema social, inviabilizando a produção por contaminação do solo. Aos empresários, Marina Silva lembrou que, cada vez mais, os consumidores querem comprar produtos com qualidade ambiental e social.. O grupo de trabalho também tem o objetivo de identificar às responsabilidades de cada um (produtores e empresários) sobre os danos ambientais causados por essa atividade rural.

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