Cerca de 30 mulheres ligadas ao movimento Marcha das Margaridas entregaram à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, nesta quarta-feira, pauta de reivindicações na área ambiental. As trabalhadoras rurais, que em 26 de agosto reuniram cerca de 50 mil pessoas em manifestação na capital federal, pediram à ministra que interceda junto ao governo para que seja implementado verdadeiro projeto de desenvolvimento sustentável no país.
Conforme Raimunda Celestina, uma das coordenadoras da Marcha, é preciso, entre outros pontos, prestar mais atenção aos impactos de grandes obras de infra-estrutura, defender e valorizar as atividades extrativistas, democratizar e racionalizar o uso da água e proibir o cultivo e comércio de organismos geneticamente modificados no Brasil. "Estamos pesarosas com a publicação da MP131, que liberou para esta safra o plantio de transgênicos no país. É uma incoerência liberar o plantio de transgênicos enquanto muitos segmentos da sociedade trabalham por um desenvolvimento sustentado", disse.
As integrantes da Marcha também informaram que nesta quinta-feira (2) a Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag) deverá entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a edição da MP131.
A Marcha das Margaridas _ 2003 Razões para Marchar reúne cerca de 1,5 milhão de mulheres em todo país, de organizações como Contag, Fetag, Secretarias de Mulheres, MMTR (Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais), MLT (Movimento de Luta pela Terra) e MIQCB (Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco de Babaçu). A organização da Marcha presta homenagem à paraibana Margarida Maria Alves, assassinada em 12 de agosto de 1983, após dedicar anos de luta pelos direitos dos trabalhadores rurais.
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