Começa amanhã em Riberão Preto o "Seminário Aqüífero Guarani". O evento marca, no Brasil, o lançamento do Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Aqüífero Guarani. Trata-se de uma iniciativa conjunta do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai com financiamento do Fundo para o Meio Ambiente Mundial na elaboração de estudos para a implantação coordenada da estrutura técnica e institucional necessária com foco na proteção e gestão do Aqüífero.
O Aqüífero Guarani é um enorme reservatório de águas subterrâneas de 1 milhão e 200 mil km², que se estende pelos territórios do Brasil (840.000 km²), Uruguai (58.500 km²), Argentina (355.000 km²) e Paraguai (58.500 km²) ? uma área equivalente a dos países da Inglaterra, França e Espanha juntos. Esse manancial dispõe de um volume aproveitável de água da ordem de 40 km³/ano, 30 vezes superior à demanda por água de toda a população existente em sua área de ocorrência, cerca de 15 milhões de habitantes.
A OEA (Organização dos Estados Americanos) é a agência executora internacional do Projeto e o Banco Mundial é o organismo financiador. O período de execução do projeto é de quatro anos (2003-2007). Em cada país, foi estruturada uma Unidade Nacional. No Brasil, além da Unidade Nacional, foram organizadas unidades estaduais de execução do Projeto nos oito estados beneficiados pelo Aqüífero. A coordenação do projeto no Brasil está na ANA (Agência Nacional de Águas).
A região de Ribeirão Preto foi escolhida como área piloto no Brasil porque é totalmente abastecida pelo Aqüífero Guarani e dispõe de vasto conhecimento sobre esta reserva de água subterrânea. O diretor do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), o engenheiro Celso Antonio Perticarrari, afirma que a região já apresenta problemas decorrentes da ocupação urbana sobre uma área exposta do Aqüífero.
De acordo com a coordenadora nacional do Projeto Aqüífero Guarani, Ana Luiza Sabóia de Freitas, o projeto está baseado em oito componentes: consolidar o conhecimento sobre a estrutura e o funcionamento hidráulico do Aqüífero; estabelecer um sistema de gestão descentralizado e participativo, reunindo os órgãos públicos, os usuários e a sociedade civil organizada; fomentar a participação pública, a educação ambiental e a comunicação social, de modo a garantir as reservas de água subterrânea para as atuais e futuras gerações; acompanhar e monitorar o projeto; desenvolver medidas de gestão para áreas críticas; desenvolver o potencial hidrotermal do Aqüífero e coordenar o projeto.
O Seminário será no auditório das Faculdades COC , localizada à Rua Abraão Issa Halack, 980, Ribeirânia, em Ribeirão Preto e termina na sexta-feira, dia 19 de setembro.
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