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Brasil fortalece medidas para proteção de baleias

Conferência internacional reúne, em Florianópolis (SC), grupo de conservacionistas, liderados por países como o Brasil, e nações que buscam flexibilizações, como o Japão.
Publicado: Segunda, 10 Setembro 2018 15:32 Última modificação: Segunda, 10 Setembro 2018 15:54
Crédito: Gilberto Soares/MMA Ministro Edson Duarte defende, na sessão plenária da Comissão Internacional da Baleia (CIB), atuação convergente dos países Ministro Edson Duarte defende, na sessão plenária da Comissão Internacional da Baleia (CIB), atuação convergente dos países
Florianópolis – A atuação conservacionista liderada por países como o Brasil e as tentativas de flexibilização defendidas pelo Japão marcaram a abertura da 67a reunião plenária da Comissão Internacional da Baleia (CIB), realizada nesta segunda-feira, em Florianópolis (SC). O evento ocorre pela primeira vez no Brasil, nação com histórica atuação em defesa dos grandes cetáceos (mamíferos marinhos) e que apresentará variadas propostas para o fortalecer a proteção desses animais.

O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, destacou a necessidade de integração de esforços em nível global, durante pronunciamento oficial na abertura da sessão. “É chegada a hora de atuarmos na CIB de forma convergente, para que também este foro possa apresentar uma visão conjunta no que diz respeito à conservação e ao manejo do meio ambiente marinho”, declarou.

A reunião da CIB ocorre até sexta-feira (14/09), com a participação de delegações de 75 países. Um deles, o Japão, busca a aprovação de mudanças procedimentais na tentativa de flexibilizar as atividades de caça. Aprovada pela Comissão, a moratória à caça comercial de baleias está em vigor desde 1986.
 
PROPOSTAS
 
O Brasil apresentará diferentes proposições para a conservação dos cetáceos. Entre elas, está a criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul, um território para a proteção dos cetáceos que habitam a região entre os continentes americano e africano. A proposição inclui a pesquisa não-letal e não-extrativa e a integração de estratégias de conservação.

África do Sul, Argentina, Gabão e Uruguai são copatrocinadores da criação do Santuário. A proposta evoluiu desde a primeira vez em que foi apresentada, em 1998, e inclui, hoje, novos dados científicos e a elaboração de um Plano de Manejo, já referendado pelo Comitê Científico da CIB. Para que o Santuário seja criado, é necessária a aprovação por 3/4 dos países da CIB.

Frente às delegações que compõem a CIB, Edson Duarte destacou que uma medida semelhante já foi adotada no ano passado. “Iniciativa análoga ao Santuário foi aprovada por unanimidade no âmbito da Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Silvestres, da qual muitos países membros desta Comissão são parte”, afirmou o ministro.

Também está em pauta uma proposta para a proteção dos grandes cetáceos em relação às redes e petrechos de pesca perdidos ou descartados no mar. O Brasil apresentará, ainda, uma proposição para compatibilizar a Comissão com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, além da Declaração de Florianópolis, para que os recursos da CIB sejam direcionados exclusivamente para a conservação, e não mais para a caça.

A REUNIÃO

A 67a sessão plenária da Comissão Internacional da Baleia conta com a participação de delegações de 75 países, além de representantes da sociedade civil e da comunidade científica. Criada em 1946, a CIB se reúne a cada dois anos para adotar medidas de proteção desses animais em nível regional e global.

Com a diminuição dos estoques de baleias em decorrência da intensa exploração ao longo do século 20, está em vigor, desde a década de 1980, uma moratória sobre a caça comercial. São permitidas apenas a caça para fins científicos e a caça aborígene de subsistência praticada por povos tradicionais em determinadas regiões.

SAIBA MAIS

O Atlântico Sul abriga mais de 50 espécies de baleias. Seis delas (baleia-azul, baleia-fin, baleia-sei, baleia-minki-austral, baleia-jubarte e baleia-franca-austral) são altamente migratórias – alimentam-se nos Oceanos Antártico e Subantártico, durante o verão, e se reproduzem no Atlântico Sul, no inverno e na primavera.

O Brasil juntou-se à CIB em 1974 e aderiu à moratória à caça comercial em 1987, quando proibiu todos os tipos de caça e de molestamento a baleias e outros cetáceos em suas águas territoriais. Em 2008, as águas territoriais brasileiras foram formalmente estabelecidas como santuário de baleias e golfinhos.
 
 
Por: Lucas Tolentino, enviado especial a Florianópolis (SC)/ Ascom MMA 
 

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA)
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