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Ministério reforça combate à desertificação

Projeto lançado em Barreirinhas (MA) dá início a ações que beneficiarão estados do semiárido. Investimento será de R$ 2,4 milhões.

Publicado: Quinta, 22 Fevereiro 2018 00:00
Crédito: Gilberto Soares/MMA Sarney Filho: ações para o semiárido Sarney Filho: ações para o semiárido

Barreirinhas (22/02/18) – A comunidade Gira Mundo, no município de Barreirinhas, Maranhão, com cerca de cem famílias, será a primeira beneficiada pelo projeto Redeser, que tem por objetivo recuperar áreas em processo de desertificação no semiárido. Nesta quinta-feira, o ministro do Meio Ambiente, Sarney filho, lançou um conjunto de ações integradas que envolvem diretamente 18 municípios do estado e mais 89 adjacentes. Serão investidos cerca de R$ 2,4 milhões. Os recursos são do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).

“O projeto é muito importante porque impede o aumento da desertificação. O que nós estamos sentindo é que o Maranhão, que até pouco tempo não era da área de semiárido e, portanto, não estava sujeito à desertificação, por causa da mudança do clima está sendo atingido por esse processo de seca e estiagem”, afirmou Sarney Filho.

De acordo com o ministro, o projeto vai cuidar das áreas degradadas e, assim, evitar que a desertificação se estenda. “A estratégia inclui a revitalização de nascentes, de plantio nas matas ciliares dos rios e envolve também o desenvolvimento socioeconômico ambiental das pessoas. Vai dar estrutura, ajudar a fortalecer a produção local e os extrativistas, envolvendo todos os aspectos que possam evitar a desertificação", explicou.

O lançamento do projeto contou com a participação do presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ricardo Soavinski, que destacou as melhorias implantadas na atual gestão do MMA no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.

A união de três componentes, ambiental, social e produtiva, é a aposta do Ministério do Meio Ambiente para barrar a desertificação no nordeste. A ação será implementada pela instalação de Unidades de Recuperação de Área Degradada (URAD), que envolve gestão integrada de recursos naturais em paisagens produtivas; manejo florestal de uso múltiplo por meio de adoção e expansão de manejo florestal comunitário; restauração de paisagens; gestão do conhecimento e; coordenação com outras instituições, monitoramento e avaliação.

ALCANCE

As ações estão previstas também para os municípios de Tutóia, Matões e Água Doce. Posteriormente, se estenderão aos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Alagoas.

Para o prefeito de Barreirinhas, Albérico Filho, “a escolha da comunidade de Gira Mundo é muito importante e vai servir como espelho não só para Barreirinhas mas para todo o programa”, disse.

Os recursos serão gerido pela FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. De acordo com o representante da entidade no Brasil, Alan Bojanic, o projeto está dentro do escopo da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas - UNCCD (sigla em Inglês). “A idéia é envolver a comunidade, autoridades estaduais e municipais, para poder reverter esse processo de degradação de terra, que é muito preocupante, com uma ótica não apenas técnica mas social e econômica”.

Ele explica que o projeto deverá gerar renda, trabalhar com direitos das mulheres, de povos indígenas, de grupos vulneráveis, fortalecendo sua dimensão social.

URAD

Para o professor Valdemar Rodrigues, diretor de Desenvolvimento Rural Sustentável e Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente, o Maranhão inicia o projeto por ser uma área nova em processo de degradação que afeta basicamente os recursos hídricos. “Estamos aqui para entregar ao município de Barreirinhas a definição de uma comunidade e as ações que nós vamos conseguir implementar nela, em recuperação de brejos, de matas ciliares da região”, disse.

De acordo com o diretor, o propósito do ministério é fazer as ações ambientais nas áreas. “Mas para isso nós temos que colocar ações sociais que melhorem a qualidade de vida das pessoas, para que possam ser parceiras nessa execução e, junto com isso, para que elas possam ter uma produção e uma sobrevivência em uma visão atualizada do ecossistema. Para isso, vamos propor atividades produtivas que, ao mesmo tempo, dão garantia de renda, mas preservam o meio ambiente”, afirmou.

DIMENSÃO SOCIAL

A secretária de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Juliana Simões, explicou que a pasta cuida da Convenção de Desertificação no Brasil. “Então, todo o trabalho que está sendo feito aqui em Barreirinhas e nos outros municípios do estado têm como objetivo reverter os processos de desertificação, que acontecem a partir da degradação do solo”.

Juliana Simões contou que na implantação do módulo produtivo será dada atenção à produção de farinha, que já acontece na comunidade. “No diagnóstico percebemos que a qualidade do produto pode melhorar, e o preço passar de R$ 1 o quilo para até R$ 2,50, a exemplo do que já acontece em outros projetos que apoiamos”.

No módulo social, ela destacou a implantação de tecnologias sociais de banheiros ecológicos, a melhoria do saneamento básico, da oferta de água de qualidade e de fogões ecológicos. “A queima da lenha na cozinha e nos processos produtivos geram doenças respiratórias e a degradação da flora. Com esse fogão, a lenha é gasta em menor quantidade”, explicou. O módulo ambiental, o principal, segundo ela, propõe a recuperação das áreas degradadas para evitar sua ampliação.

Eudimar Rodrigues Santos, presidente da Associação de Produtores Rurais de Gira Mundo, enxerga no projeto um motivo de alegria. “ A gente vê com grande expectativa, ansiedade e confiança de que vai dar tudo certo”, comemorou.

 

Por: Waleska Barbosa, enviada especial a Barreirinhas-MA/ Ascom MMA


Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA)
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