Brasília (21/02/2018) – O combate ao desmatamento na Amazônia ganhou, nesta quarta-feira, uma nova ferramenta que deverá contribuir para fechar ainda mais o cerco à supressão ilegal de vegetação no bioma. Um novo sistema de alerta, desenvolvido pelo Centro Gestor Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Cenispam), órgão do Ministério da Defesa, gera imagens com alteração da cobertura florestal, utilizando dados com resolução de até seis metros, mesmo que o tempo esteja nublado.
Com base em imagens de satélites, fornecidas por sensores orbitais de Radar de Abertura Sintética (SAR), o SIPAMsar, sistema integrado de alertas de desmatamento, passa a rastrear áreas indicadas como prioritárias pelo Ibama e ICMBio. A expectativa é de que os alertas, gerados inicialmente para áreas de corte raso, possam fornecer, em breve, dados sobre áreas onde o desmatamento se encontre em estágio inicial.
Os alertas gerados pelo sistema vão fornecer informações valiosas aos órgãos responsáveis pelas ações de fiscalização, complementando as informações produzidas pelo sistema DETER do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que utiliza imagens de satélite obtidas por dispositivos óticos (ineficazes sob tempo nublado).
O SIPAMsar receberá os dados SAR das áreas prioritárias para o monitoramento no período compreendido entre outubro e abril, os quais, após processamento em Brasília, serão repassados aos centros regionais de Belém, Manaus e Porto Velho, para análise, interpretação e elaboração dos alertas do desmatamento.
“É uma evolução no monitoramento do desmatamento da Amazônia, permitindo uma atuação mais célere das equipes de fiscalização do Ibama e ICMBio”, explica Renê Oliveira, coordenador-geral de Fiscalização do Ibama.
O secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, José Pedro de Oliveira Costa, representou o ministro Sarney Filho na cerimônia de lançamento do novo sistema. Participaram do evento, também, a presidente do Ibama, Suely Araújo, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ricardo Soavinski, e parlamentares de estados amazônicos.
OPERAÇÃO
Os primeiros resultados do novo sistema, financiado com recursos do Fundo Amazônia e do Governo Federal, já chegaram ao Ibama e ao ICMBio. Imagens colhidas desde 2016 cobriram, mensalmente, uma área de 300 mil km2 em estados da Amazônia. Nesse período, foram analisadas 2.852 imagens e disparados mais de 20 mil alertas de desmatamento, identificando uma área desmatada superior a 370 mil hectares.
De acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o sistema foi desenvolvido também para ajudar no combate ao narcotráfico, garimpo ilegal e para identificar aeroportos clandestinos na Amazônia. Por razões estratégicas, os alertas não serão de conhecimento público, para evitar que as informações sobre operações sejam conhecidas previamente pelos infratores.
Por: Paulenir Constâncio/ Ascom MMA
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