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Sarney Filho defende mecanismos financeiros

Pagamento por serviços ambientais é discutido com delegações europeias e chilena na Conferência do Clima, na Alemanha.

Publicado: Quinta, 16 Novembro 2017 17:00
Crédito: Foto: Gilberto Soares/MMA Brasil em reunião com países europeus Brasil em reunião com países europeus

LUCAS TOLENTINO
Enviado especial em Bonn

O reconhecimento financeiro das medidas de conservação feitas pelo Brasil foi defendido pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, nesta quinta-feira (16/11) na Conferência do Clima, em Bonn, na Alemanha. O evento reúne a comunidade internacional para avançar no enfrentamento à mudança do clima e, em reuniões com representantes de vários países, Sarney Filho defendeu a importância do pagamento por serviços ambientais no processo.

Com o Parlamento Europeu e com o governo alemão, o ministro destacou a redução do desmatamento na Amazônia Legal e a necessidade de mecanismos capazes de retribuir economicamente as ações de conservação. Segundo ele, a medida é fundamental para desenvolvimento sustentável da região. "Nosso desejo é que esses instrumentos financeiros comecem a se efetivar pelas florestas tropicais por conta dos serviços ambientais que elas prestam ao meio ambiente", explicou.

O mercado de carbono também está entre os temas analisados pelo ministro para impulsionar a política ambiental e a economia do país. Em reunião com a delegação chilena e com o Greenpeace, Sarney Filho ressaltou que o Brasil trabalha a precificação positiva do carbono como forma de reconhecimento ambiental, social e econômico do corte de emissões de gases de efeito estufa e das demais ações voltadas para a questão climática.

ESTRATÉGIA

Em evento do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima (FBMC), o ministro avaliou a construção da estratégia que permitirá ao país cumprir suas metas dentro do Acordo de Paris, pacto global para conter a mudança do clima. Atualmente, a sociedade brasileira discute mecanismos que permitam ao país alcançar seu compromisso dentro do Acordo, que começará a sair do papel em 2020. "Vamos trabalhar de forma a encurtar os prazos e isso só será possível com a participação de toda a sociedade", explicou.

As discussões sobre a estratégia envolvem área como as de florestas, indústrias, transportes, cidades e resíduos, financiamento e ciência e tecnologia. Ao longo do ano, o FBMC realizou reuniões com todos os segmentos e priorizou 40 das 255 ações definidas como necessárias nesse processo. O reconhecimento dos municípios que reduzem o desmatamento está entre elas. "Isso é importante como estímulo para a região", explicou o secretário-executivo do Fórum, Alfredo Sirkis.

A COP 23

Até esta sexta-feira (17/11), mais de 190 países estão reunidos em Bonn para a 23ª Conferência das Partes (COP 23) sobre mudança do clima. O objetivo do encontro é avançar na regulamentação do Acordo de Paris, que deve ser finalizada até o ano que vem. O Acordo foi concluído em 2015 e representa um esforço mundial para manter o aumento da temperatura média do planeta bem abaixo de 2ºC. Agora, é hora de definir o livro de regras para implementação desse Acordo.

Nesse processo, cada país apresentou metas próprias para fazer sua parte frente à mudança do clima. Considerada uma das mais ambiciosas, a meta brasileira é reduzir 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2025, com indicativo de cortar 43% até 2030. Para isso, o país propõe medidas como a restauração florestal e o aumento da participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira.

 

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