LUCAS TOLENTINO
Enviado especial a Bonn
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, defendeu nesta segunda-feira (13/11) a participação de todos os setores da sociedade para que as políticas ambientais do país continuem a avançar. Em reunião com a delegação brasileira na 23ª Conferência das Partes (COP 23) sobre mudança do clima, Sarney Filho destacou a necessidade de articulação para que o país cumpra suas metas no contexto do Acordo de Paris, um esforço mundial para conter o aumento da temperatura média do planeta. A COP 23 ocorre até o fim desta semana em Bonn, na Alemanha.
O manejo florestal e os trabalhos desenvolvidos nas reservas extrativistas foram apontados pelo ministro como alternativas que, aliadas à fiscalização, serão capazes de conter o desmatamento. Para isso, segundo ele, é necessário que governos, iniciativa privada e terceiro setor articulem uma ação conjunta com foco em desenvolver uma economia sustentável de baixo carbono no país. "É fundamental o apoio da sociedade civil organizada e que a gente consiga unir nossos esforços nessa agenda", declarou Sarney Filho.
Os indígenas e povos tradicionais também ocupam papel central na ação climática. A primeira reunião de Sarney Filho na COP 23 foi com a delegação de indígenas brasileiros que acompanham as negociações em Bonn. No encontro, o ministro afirmou que o MMA apoiará a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI) e o aumento das brigadas indígenas de combate a incêndios florestais. Sarney Filho afirmou, ainda, que a criação de corredores ecológicos está entre as prioridades do órgão.
Ministro Sarney Filho se reúne com representantes dos povos indígenas (Foto: Gilberto Soares)
UNIFICAÇÃO
Os negociadores de mais de 190 países se debruçam, em Bonn, sobre a construção do livro de regras para a implementação do Acordo de Paris. Questões ligadas a esse processo foram discutidas nesta segunda-feira (13/11) em reunião entre Brasil, África do Sul, Índia e China, que formam o grupo de articulação conhecido como BASIC. Os quatro estão entre os principais países em desenvolvimento do mundo. "A unificação de nossas posições influencia de maneira positiva o enfrentamento ao aquecimento global", declarou o ministro.
O grupo conclui declaração conjunta que reúne os posicionamento sobre os principais pontos em pauta na COP 23. O documento inclui a visão do BASIC sobre temas como financiamento, transparência e os diálogos facilitativos que deverão ocorrer em 2018, prazo limite para a conclusão do livro de regras de implementação do Acordo de Paris. "É uma visão comum, somos todos grande economias e estamos preocupados com questões comuns como erradicação da pobreza e segurança alimentar", exemplificou o subsecretário-geral de Meio Ambiente do Itamaraty, José Antônio Marcondes de Carvalho.
O BASIC considera o momento favorável para as economias emergentes. "Nesta COP, os países em desenvolvimento estão mostrando uma extraordinária unidade e precisamos fazer uso disso para avançar", avaliou o representante para mudança do clima da China, Xie Zhenhua. "Esse encontro é uma oportunidade chave para garantir o sucesso para os país", acrescentou a vice-ministra de Meio Ambiente da África do Sul, Barbara Thomson. "Precisamos combinar esforços para que os resultados sejam equitativos", concluiu o vice-ministro do Meio Ambiente da Índia, C. K. Mishra.
Reunião dos países que formam o BASIC (Foto: Gilberto Soares)
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