LUCAS TOLENTINO
O Brasil atrairá novos investimentos para reduzir as emissões de carbono do setor produtivo e, com isso, fazer sua parte frente ao aquecimento global. Em audiência pública no Senado Federal, o secretário de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Everton Lucero, declarou que o país trabalha medidas para mobilizar recursos com foco em estabelecer a transição para um modelo econômico sustentável em território nacional.
As questões ligadas ao financiamento e à agenda global para conter o aumento da temperatura média do planeta foram debatidas em audiência pública da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas. A reunião teve a participação de representantes de países como Alemanha e Fiji, responsáveis pela próxima Conferência das Partes (COP 23) em novembro, e Marrocos e França, que sediaram as duas últimas edições do evento em 2016 e 2015, respectivamente.
O secretário do MMA declarou que o Acordo de Paris reflete uma oportunidade para o país por propor o desenvolvimento de uma economia de baixas emissões. “Estamos diante de um potencial muito grande de atrair novos recursos, investimentos e financiamentos de modo a impulsionar o desenvolvimento do país em novas bases”, explicou Lucero. “Estamos abertos à cooperação de modo a mobilizar os recursos necessários de todas as fontes”, acrescentou.
PARTICIPAÇÃO
As metas brasileiras no contexto do Acordo de Paris deverão ser atingidas a partir do envolvimento de todos os segmentos da economia. Para isso, está em fase de elaboração uma estratégia nacional com a ampla participação da sociedade. O engajamento também será trabalhado no Espaço Brasil na COP 23, que será montado pelo governo federal na próxima conferência sobre mudança do clima. No Espaço Brasil, serão realizados debates entre setores públicos, privados e sociedade civil durante a COP 23, que ocorrerá entre 6 e 17 de novembro em Bonn, na Alemanha.
As oportunidades trazidas pela agenda climática também são aproveitadas por outros países. A Alemanha, por exemplo, tem, hoje, mais empregos na chamada economia verde do que na indústria automobilística. “Continuaremos perseguindo os nossos objetivos climáticos”, afirmou Johann Georg Witschel, embaixador alemão no Brasil. Os representantes da França e do Marrocos destacaram o engajamento de seus países na transição energética com aumento das fontes renováveis.
As pequenas ilhas que correm o risco de desaparecer por conta do aumento do nível dos oceanos também fazem sua parte para conter o aquecimento global e para engajar o mundo na causa. Localizada no Oceano Pacífico, a República das Fiji presidirá a próxima Conferência das Partes (COP 23) sobre mudança do clima. Na audiência pública, o embaixador de Fiji no Brasil, Cama Tuiqilaqila Tuiloma, ressaltou a necessidade de ações conjuntas na área climática. “É preciso manter o espírito de inclusão nesse processo”, defendeu.
O ACORDO
Concluído em 2015, o Acordo de Paris é um esforço mundial para conter o aumento da temperatura média do planeta. Para isso, cada país apresentou sua própria meta de corte de emissões. Nesse cenário, o compromisso brasileiro está entre os mais ambiciosos por englobar toda a economia e prevê a redução de 37% das emissões até 2025, com indicativo de cortar 43% até 2030 – ambos em comparação aos índices registrados em 2005.
Para isso, o Brasil propõe, entre outras coisas, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas e aumentar a participação de bioenergia sustentável na matriz energética brasileira para aproximadamente 18% até 2030, expandindo o consumo de biocombustíveis.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA)
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